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Todo o grupo no cume do Baú |
"A montanha é a maneira mais fácil de se fazer amigos. Pois na jornada todos passam pelo mesmo sofrimento. E no topo todos sentem a mesma glória."
Jean Oliveira - Montanhista Catarinense
12/10 até 14/10/2018
Saímos de Curitiba as 23:00 e depois de uma viagem de mais
de 8 horas de estrada chegamos primeiramente em Campos do Jordão para “turistar”,
a cidade fica um pouco mais de 50 km de São Bento do Sapucaí que era nosso
destino principal. Encontramos uma pequena praça e ali mesmo fizemos nosso
delicioso café colonial. A cidade ainda estava vazia, pois é uma cidade bem
movimentada conforme vai chegando o período mais tarde. Café tomado, agora é
conhecer essa linda cidade e seus atrativos. Enquanto um
grupo de amigos foram fazer um turismo mais completo, damos uma volta nas lojinhas enquanto eu, Clesi,
Cleisi, Nelson, Paulinha, Cris e Eliane (que será nossa principal protagonista
de superação na pedra do Baú), ficamos à espera do teleférico que ainda não estava
em funcionamento. Logo que abriu pagamos a entrada que custa R$ 17,00 e subimos
até o morro do Elefante com seus mais de 1800 metros de altura, no cume do
morro é possível ver toda a cidade, mas esquece se for ver elefante, só umas
esculturas que são bem sem graça, o passeio de teleférico e sensacional
vale a pena.
Descemos e fomos para a famosa Vila Capivari, um lugar
encantador, porém tudo muito caro, só o chopp que estava um bom preço, apreciamos
o chopp no famoso Pastelão do Maluf com um aperitivo de frango, e conforme
combinado com o motorista, fomos para o pico Itapeva e nos deparamos com belas
paisagens como o lago Pico do Itapeva que é formado por nascentes de águas puras e cristalinas, e é considerado um dos lagos mais altos do Brasil por estar a uma altitude de quase 2 mil metros acima do nível
do mar. Passamos também
por um lindo hotel e logo chegamos no Pico Itapeva com seus 2030 metros de
altura a nível do mar e que fica no município de Pindamonhangaba, nunca foi tão
fácil subir uma montanha. Do seu cume é possível ver todo o vale do Paraíba e
suas cidades ao redor. Descemos e fomos nos encontrar com outros amigos que
estavam fazendo outro roteiro.
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Nosso café colonial |
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Vista do pico Itapeva |
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Cleisi, Cris, Nelson, Paulinha e Eliane |
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'Bunitão" |
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Ana Chata, Pedra do Baú e Bauzinho vista do Pico Itapeva |
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Vista do morro do Elefante |
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Clesi |
Nos encontramos na mesma praça do café e partimos para a
cidade de São Bento do Sapucaí, pois no próximo dia o desafio era maior, subir
a Pedra do Baú e Ana Chata. Depois de um pouco mais de uma hora de viagem
chegamos na entrada que vai para o Bauzinho, de início a ideia era fazer o Bauzinho
descendo para fazer Ana Chata e Baú, mas a serrinha tem uma forte descida que
acabou com os freios da van, subir novamente até a parte de cima da serrinha já
era fora de quentão, evitando assim mais danos a van. O jeito agora era fazer o
Baú e Ana Chata apenas. Chegamos no hostel Nativus e o Marcelo já estava nos
esperando, cada um arrumou seu canto para dormir, lembro que o Marcelo tinha
comentado sobre levar lençol, mas era tanta coisa que não passei para o meu
pessoal e foi um grande vacilo meu. Passamos uma linda noite com céu estrelado
ao redor de uma fogueira, que a própria Clesi e a Eliane fizeram e de quebra, marshmallow
para assar na fogueira, foi show de bola.
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Noite de fogueira e marshmallow |
Acordamos cedo no dia seguinte, tomamos café e dali mesmo do
hostel partimos a pé para o restaurante Pedra do Baú, pois é de lá que se
inicia a trilha. A subida é feita por uma estrada muito bem asfaltada, mas extremamente
íngreme, se o carro perder força dificilmente você termina a estrada, vai ter
que descer e começar novamente. Depois de um pouco mais de uma hora de subida, chegamos
no início da trilha, descansamos um pouco e começamos a trilha que vai até o
Baú. Desde do início comigo caminhava a Eliane que nos mostraria o significado
de superação. Subimos juntos em todo momento, conversávamos de tudo, expliquei
para ela o que seria preciso fazer em caso de apavoramento, e ali comecei a
trabalhar o seu psicólogo. Era sua primeira montanha, e imagina já de cara subir
uma que é considerada montanha de difícil acesso e que precisa de todo cuidado.
Na região existe guias, que estão preparados para levar turistas com todo a
segurança que precisa, cadeirinha, corda, talabarte com mosquetão oval e até
capacete. A Pedra do Baú é um conjunto de rochas gnaissicas da Serra da
Mantiqueira, com seus 1950 metros de altura e seus 600 degraus segundo guias
locais, é desafiador e temido por muitos. Assim que chegar na base já encontra
a primeira escada com mais de 20 metros e conforme vai subindo mais medonho vai
ficando.







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Subida é de judiar |
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Bea apreciando a natureza |
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Bea e Clesi |
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Bauzinho, Baú e Ana Chata bem a direita |
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Tá dado o recado |
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Eliane se preparando para o desafio |

Existe pequenos platôs onde é possível descansar e esperar outros grupos que estão
nas escadas. Cada trecho tem seu desafio sendo uns bem longos e outros bastante
íngreme de até 90°. No início da subida
das escadas um pessoal da prefeitura dava as primeiras orientações, isso é
novidade no Baú, eles estavam lá ajudando no apoio de quem sobe e quem desce,
uma iniciativa bacana da prefeitura. Não sei se para os guias da região é bom,
mas para quem está pela primeira vez foi bem útil. Coloquei uma cadeirinha na
Eliane e na Clesi, pois em caso de qualquer problema era só engatar o mosquetão
na escada. Um pessoal já estava bem a cima de nós, Clesi, Paulinha e Cleisi já começava
a subir, eu e Eliane ficamos em baixo esperando um “OK” do pessoal da
prefeitura. O psicológico da Eliane estava pronto, mas logo veio uma frase “só
cuidado com as abelhas”. Pronto estragou tudo, e lá vai eu falar com ela que
sim, ela vai conseguir. Os primeiros degraus foram bem desafiador pra ela. No
final do primeiro conjunto de degrau um pequeno trecho chato, depois dali foi só
desafio e superação, sentia nela a força de vontade de vencer e comecei a
perceber que o seu nervosismo foi embora. A coragem e determinação começava a
tomar conta. E então vi que ela já estava mais além do que imagina, e cada
vez que subia um grampo era uma vitória. Sem reclamação, ou se perguntando o
que estava fazendo ali, vi uma garota superando seu limite e finalmente
finalizando a subida do Baú. Aprendi mais um pouco o que é montanhismo, e que
superar limites está sempre em nova volta. Abraços de alegria tomava conta de
nós todos, Clesi, Cleisimara e Paulinha estavam em euforia por conseguir vencer
mais um desafio, e Eliane olhava para o horizonte, acreditando que sim é possível
chegar.
Fomos até a ponta que tem a visão de frente do Bauzinho,
encontramos o resto da turma que se preparava para descer e fazer a Ana Chata e
descer pela trilha do "Deus me Livre". Tiramos várias fotos, o pessoal que já tinha
chegando antes, desceu e foram para a Ana Chata. Depois de um bom período curtindo
aquele lindo visual, voltamos para iniciamos nossa descida. Nosso primeiro
desafio foi ter espaço para descer, o pessoal da prefeitura que dava suporte
logo nos orientou e pediu para esperarmos um pouco, pois existia gente subindo.
Assim que o grupo terminou a subida, era nossa vez de descer, e com calma e
muita cautela, descemos com todo o cuidado necessário. As meninas já estavam mais confiante e a
descida se tornou fácil. E quando menos esperávamos já estávamos na parte final
das escadas, uma alegria imensa, mais uma montanha conquistada, mais histórias
para contar. Eliana venceu seu desafio e com a Paulinha resolveram ir para o
restaurante, enquanto eu, Clesi e Cleisi
fomos para Ana Chata, e em menos de 50 minutos já estávamos na parte de cima da
montanha. O desafio mais legal foi passar pela caverna até chegar nas escadas
que é bem pequena comparada ao Baú. Ao chegamos no cume encontramos nosso
pessoal que já se preparava para descer e fazer a trilha “Deus me Livre”,
Nelson e Cris resolveram voltar com a gente e avistamos uma forte chuva que se
aproximava. Com o perigo de raios descemos logo, e não demorou muito para
pegarmos a forte chuva que nos acompanhou até bem depois da subida para o Baú.
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Cume do Baú e Bauzinho a frente |
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Henri e Bea |
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Bea e amigos de Joinvile |
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Tá chegando |
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Clesi |
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Cleisi, Eliane, eu, Paulinha e Clesi |
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Paulinha |
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Cleis |
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Ultimo trecho de escada |
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A vitória é certa |
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Desafio vencido |
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Chuva chegando no horizonte |
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Pedra do Baú vista da Ana Chata |
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Nelson e os amigos de Joinville |
Chegamos
no restaurante Pedra do Baú depois de uma hora e meia de trilha desde da Ana
Chata. Não consegui localizar a Paulinha e a Eliane, acreditei então que elas já
estavam descendo, então partimos para o Hostel. Assim que chegamos no Hostel
Nativus percebi que as duas ainda estavam lá em cima, fiquei bem preocupado,
mas em poucos minutos elas já estavam no hostel também. Um banho de rio bem
gelado, outro banho quente para tirar toda a sujeira e com a ajuda de todos
preparamos uma galinhada no fogão a lenha. Depois de duas horas chega o outro
grupo que fez a trilha completa. Beatriz, Henri, Wanele, Cleverson, Adriana, Jean. Enquanto Ricardo e Shania fizeram outra rota até o bauzinho e se aventuram nas caronas até o hostel, com isso tinham chegado antes de todos. Comemoramos, conversamos e jantamos. No dia
seguinte acordamos sem presa, tomamos outro café e nos preparamos para o outro
desafio, chegar em casa depois de horas e horas de viagem.
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Galinhada quase pronta |
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Galera bacana |
Agradecimento:
Obrigado ao Marcelo do Hostel Nativus por todas as dicas
dadas, pelo equipamento emprestado e por nos deixar bem à vontade em sua
propriedade, para quem quiser informações sobre o hostel ou serviços click
aqui.
Obrigado ao motorista Edvaldo que foi até o centro da cidade comprar
nossa janta e umas cervejas para comemorar e que também teve bastante paciência
com a gente.
Obrigado a todos que estiveram presentes nessa incrível aventura,
que com certeza vai deixar saudade.
Beatriz Andreis
Henri Neto
Nelson Junior
Wanele Riccetto
Cleverson Bueno
Cleicimara Travaglia
Eliane
Michalowski
Paula Lipinski
Cristiane
Alves
Ricardo Santana
Clesiane Rossa
Adriana Priscilla Woitexem
Jean Camargo
Shania Mathies
Edvaldo (motorista)
UM FORTE ABRAÇO A TODOS.