Um rápido relato da travessia Petrópolis Teresópolis realizada em três dias.
No dia 30 de março de 2018 realizei com meus amigos uma das mais lindas travessias do nosso país, conhecida como Petro/Tere. Localizada na Serra do Órgãos, essa travessia pode ser feita de dois até três dias, dependendo do seu preparo físico. Serra dos Órgãos tem essa denominação por causa da semelhança dos picos da serra com os tubos de órgãos de igreja, que foi avista de longe pelos primeiros colonizadores.
Desde 2017 comecei a preparar a logística, custo,
disponibilidade, hospedagem para o nosso motorista e gente para essa travessia. Já fazia um tempão que eu queria
faze-la. Mas os valores eram altos e fora também o deslocamento. Então convidei
alguns amigos, locamos uma van e partimos para essa empreitada. Já
no final de abril um susto, quase perdemos a janela para agendamento e
pagamento das entradas, graças a Perla que tinha crédito em seu cartão disponível para a compra dos ingressos isso não aconteceu. Não é possível comprar os ingressos por meio de boleto e nem débito, tem que ser crédito e com bandeiras cadastradas no site da Parnaso. Hoje as regras até mudaram, é possível você fazer o
agendamento em todo ano, porém é preciso estar com o cpf de todos. Eles mudaram
essa regra por causa da quantidade de substituição de nomes nas vésperas de
travessia.
1° dia – Pedra do Açu
No primeiro dia tem que contar com a nossa viagem de mais de
16 horas de estrada, saímos dia 29/03 as 20:00 de Curitiba sentido Petrópolis para então começar
nossa caminhada. A viagem foi bem tranquila, pouco transito, galera animada,
fomos em 15 montanhistas, 14 do Paraná e uma Santa Catarina. Chegamos na
portaria já passava das 10 horas da manhã, logo no início o primeiro desafio,
alinhar a carretinha da van numa estrada apertada para que nosso motorista o
Bob possa ir para Teresópolis e descansar durante toda nossa jornada. Van
dispensada e caminho livre até a portaria, damos entrada
mostrando nossa autorização, e seguimos montanha a cima depois das 11 da manhã.
O início é bem tranquilo, com as cargueiras nas costas
seguimos sem muita presa para o nosso primeiro destino, o Castelo de Açu com
seu 2200 metros de altitude. Logo passamos a cachoeira Véu de Noiva, decidimos
não passar lá por causa do atraso da caminhada. Continuamos e logo chegamos na
famosa pedra do Queijo, uma formação rochosa contendo uma linda vista do vale e
suas montanhas próximas, local ideal para aquele lanche forte. Seguimos passo a
passo, e logo encontramos o melhor ponto de água do primeiro dia, Ajax, um belo
e refrescante córrego de água pura, enchemos mais nosso cantil e descansamos um
pouco. Partimos rumo a “Isabeloca”, uma das mais cansativas subidas da região,
conta a lenta que a princesa Isabel subia esse trecho a cavalo na época do império.
Isabeloca é uma longa subida até o elevado das montanhas que segue para o Açu.
Do Ajax até o chapadão que finaliza a subida levamos em torno de uma hora e
meia, e mais uns 15 minutos até “Graças a Deus” fechando assim toda a subida. Já
passava das 16:30 quando logo avistamos de longe o Açu, parti mais a frente
para chegar antes de escurecer, deixando alguns amigos para trás, pois àquela
hora era cada um por si.
Na nossa frente tinha mais alguns do nosso grupo, que
foram até o abrigo Açu para acampar e logo voltaram pois não tinha mais lugar.
Quanto por fim cheguei no Açu, avistei alguns dos meus amigos que chegaram
antes. Me avisaram que no camping do abrigo não tinha mais espaço e então tivemos
que acampar próximo as enormes pedras do Açu. Enquanto Fernando me recepcionava, Sandro foi de encontro com o resto da turma que estava para trás. Tinha até muitas clareiras disponíveis,
assim, conforme chegava a hora, todos meus amigos já estavam concluindo o
primeiro dia de travessia. Acampamento montando, fizemos aquela janta
caprichada, depois curtimos a linda noite estrelado, e no horizonte escuro avistávamos o lindo Rio de Janeiro. Depois de um bom bate papo em cima de umas das enormes pedras do Açu era
hora de descansar, pois no próximo dia a caminhada ia ser mais difícil que o
primeiro.
Vista da Pedra do Queijo |
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Abrigo Açu |
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Nossa primeira janta |
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Camping próximo ao Açu |