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Montanhas do Paraná e do Brasil

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quarta-feira, 20 de junho de 2018

O nascimento do Arthur - Seu primeiro ano de vida


Hoje é um dia muito importante em nossas vidas, dia que comemoramos 1 aninho do nosso “montanhistinha”. Eu lembro como se fosse hoje, aquele 20/06/2017, um dia frio como tem que ser nessa época do ano. Nada como relembrar o nascimento do nosso Arthur Nícolas. Na verdade o nascimento dele começa no dia 19/06/2017. Estava eu levando o meu outro filho Vinicius para a sua primeira entrevista de emprego, quando minha esposa me liga dizendo que estava na hora! A bolsa estourou, mas ainda não era de se sair desesperado, pois o que eu aprendi no curso de papais, era para que quando isso acontece tem que analisar como está a contração. Até estava tudo bem, segundo o que ela tinha me passado ainda era baixo, então com calma levei o Vini para a sua entrevista e logo voltei. Ao chegar em casa minha esposa estava tranquilo com poucas dores e minha irmã cuidava dela. Fomos para o hospital era mais ou menos umas 9:00 da manhã, ao chegamos lá as contrações começavam a aumentar, mas nada de internação, pois a tal da dilatação estava bem pequena e como o Arthur estava numa boa posição de parto normal era uma questão de tempo, e olha que esse tempo demorou. A médica sugeriu que até voltássemos pra casa, mas fui bem negativo com isso, pois como a bolsa tinha estourando não seria uma boa voltar pra casa. Persistimos então com sua internação, e dores começaram a aumentar cada momento que passava. Na troca de médicos as 17 horas ela entra pela ultima vez na sala dos médicos para fazer alguns exames que então foi constatado a ruptura da bolsa. E a médica logo me informou que eu fiz o correto de não ter levado para casa. As 19:00 veio a internação, no hospital Evangélico de Curitiba, que fui muito bem atendido embora a chatice do médico inicial não tê-la internado.


Entramos na ala de obstetrícia, uma sala de enfermagem com várias camas, porém duas enfermeiras, uma médica de plantão, eu e minha esposa estávamos lá sozinhos. A sala estava em silêncio, minha esposa deitada numa cama e eu sentado num banquinho há observava. No lado de fora era possível avistar vários prédios e a rua que cercava o hospital. Estava chovendo fraquinho, mas estava muito frio. Como eu estava somente com uma roupa de trabalho, camisa e calça social, pois depois da entrevista do Vini ia trabalhar, e acreditando que logo voltaria pra casa depois do trabalho, não precisa nem dizer o frio que eu passei. A Antonia já estava com dores forte e eu estava ali para ajudá-la. Imagina ela ficar preocupada comigo.

Logo a madrugada fria se inicia, hora ela tirava um cochilo outra hora apertava forte minha mão por causa das dores da contração. Era umas 6:00 da manha quando as enfermeiras colocaram soro nela para aumentar a dilatação, e com isso, as dores que só as mamães sabe como é, e já passaram um dia, começaram a aumentar, mas nada da dilatação chegar no momento certo. As dores cresciam cada vez que passava, exames, médicos lhe atendendo, enfermeiras cuidado dela e nada. A pequena era guerreira e em nenhum momento chorou ou ficou desesperada. Começava ali um momento de aflição, conforme as horas passavam, começou uma luta para que o Arthur nascesse no parto normal. Chuveiro quente para ajudar, bolinha para ajudar na dilatação, agachamento, só faltou a dancinha. Eu sempre procurando ajuda-la no que for preciso. Minha esposa já estava entregue, quando falei para a médica que ela já estava sofrendo muito, e que era uma bora hora para ver a possibilidade de cessaria. A médica então faz o último toque, e decidem chamar o médico especialista em parto normal para verificar. Então, ele constata que ainda faltava dois de dilatação que se forçar pode ser que consiga. Fomos então para a sala de parto, minha esposa já começava a gritar um pouco mais forte por causa das dores, já era visível o seu cansaço e eu já estava todo entregue a preocupação.

Deitada na mesa de parto normal, e em volta várias enfermeiras e a maioria eram curiosas e que estava torcendo que desse certo, pois muitas ainda não tinham visto um parto normal. O médico pediu para que eu a ajudasse naquele momento, comecei a pensar nas montanhas e como as vezes nos encontramos nos desafios, falei com ela sobre isso e disse que era para ela fazer toda a força do mundo, pois eu estaria do lado dela. Comecei a grita com ela “força, força, força” uma vez e nada duas vezes e nada. Foi ai então que o médico decidiu mudar e fazer a cessaria, pois o Arthur estava com o rostinho virado. A ideia era assim, que ela fizesse força o médico iria virar a cabecinha dele para que saísse, mas isso não aconteceu. Como ela já estava bem debilitada e muita cansada eles mesmo resolveram não forçar. Até porque ela foi muito guerreira e eles perceberam isso. Mas o momento mais difícil vem agora, para fazer a cesariana ela teve que ir até o banheiro para fazer xixi e retornar para a sala de cesariana.

Como o auxílio das enfermeiras e eu ajudando o tempo todo, e com muita dor ela foi numa distância de mais ou menos 50 metros ida e volta. No retorno a enfermeira me pediu para esperar num banco próximo aonde estávamos desde o início, sentei e comecei a lembra de tudo o que houve e assim desabei em lagrimas. Ao vestir as roupas especiais e entrar na sala vi minha esposa calma e tranquila, somente com calafrio, mas não sentia dor nenhuma. Foi ai que o Arthur nasceu no dia 20/06/2017 as 17:15 com 3 quilos e 415 gramas. Foi um momento incrível, assim que ele nasceu umas das enfermeiras logo disse “olha que lindo tem covinha, vou levar pra casa”. O médico que tentou o parto normal estava do meu lado e logo pediu para eu me levantar e tirar fotos, que momento mais lindo. Eu vi meu filho nascer! Depois de toda aflição acompanhei a enfermeira para os primeiros cuidados com o Arthur em uma sala, ela deu toda a assistência e cuidados necessários, “envelopou” meu filho e colocou numa espécie de calor artificial. Eu ali com cara de bobo olhava pra ele louco para pega-lo, foi então que a enfermeira logo me disse “pega logo pai”. E com lagrimas de emoção peguei meu filho no colo e me senti pai novamente.

Depois de três longos dias no hospital, dormindo em um sofá ruim e com mais de 5 leitos com mulheres que acabara de dar à luz e mais seus acompanhantes, estava finalmente pegando alta, tanto a mãe como o bebê. Naqueles dias que estávamos lá, ouvi muita histórias, tanto de pais de primeira viagem e totalmente sem experiência na vida ainda, como pais que já era o terceiro filho. Saí com uma boa impressão do hospital, fomos bem atendidos em geral, o hospital nos deu todo o apoio necessário, é uma pena que ele se encontra numa situação financeira bem difícil ao ponto de fechar as portas. Fomos pra casa e ao chegar começa então outro desafio, nos adaptar com o novo membro da família. E também cuidar da Antonia até que ela se recupere 100%.

O tempo passou e hoje vimos o quanto todo aquele sofrimento foi importante em nossas vidas, pois Deus sabe de todas as coisas e nenhuma folha de árvore cai sem ele saber. O Arthur está forte, sorridente e feliz, está na fase de caminhar e agora nos acompanha em nossas aventuras. Até acampar ele já teve essa experiência. Hoje ele completa 1 ano de vida e cada dia que passa nos alegra e nos encanta com seu desenvolvimento. Não tenho mais palavras para expressar esse amor tão grande. Somente sei que Deus foi maravilhoso conosco e nos deu um filho lindo, cheio de saúde e pronto para fazer de nossas vidas um bom caminho para trilhar.