Caratuva é umas das montanhas
mais brilhantes que conheço. O acesso é por uma trilha elevada e sem obstáculos
exceto pela as raízes, que tornam sua subida muito difícil e penosa,
principalmente com mochilas cargueiras nas costas.
A previsão do tempo mostrava um
final de semana com muito sol e sem chuva no final da tarde, mas não iria
imaginar que contemplaríamos o sol se pondo e nascendo na manhã seguinte, tão
lindamente!
Minha Pequena e eu saímos um
pouco tarde de casa, bem próximo no horário de almoço. Chegamos na fazenda já
era umas 11h00min da manha. Percebi que as montanhas próximas estariam cheias.
Nosso destino era certo: Caratuva. O meu maior medo era de não encontrar lugar
na montanha para acampar. Caratuva tem boas clareiras, mas qualquer dúzia de
pessoas já pode lotar. Começamos a subir com calma, encontramos muitas pessoas
na trilha, tanto os que voltavam quanto os que estavam indo. Um grupo de jovem
passou por nós sentido mesma montanha que iriamos, o grupo estava levando
equipamento para filmagem e estavam com material bem pesado. Paramos na
primeira janela que avista a represa, fizemos um lanche reforçado e continuamos
nossa caminhada, com poucas paradas e em passos lentos chegamos ao Getúlio,
porém, tinha muita gente lá. Continuamos sem parar até a bifurcação e paramos
para pegar água para levar até a montanha, seriam 4 kg a mais na minha mochila.
A subida para o Caratuva é bem
pesada, a única vantagem são os obstáculos fáceis, o que ajuda muito. Continuamos
e só parávamos para tomar um fôlego. Depois de 4 horas de caminhada chegamos ao
cume da montanha, sem vento e nada de frio acampamos de vista para o PP, aonde
se via o pessoal acampando no A1 e outros subindo para o A2. Era possível
avistar também alguns acampando no Itapiroca e de longe ainda se avistar o
Ciririca.
Eu e minha esposa montamos acampamento.
Fiz um belo jantar, bem ao cair da tarde. Fomos para o outro lado para ver o
sol se pondo em um belo espetáculo da natureza na face em que se avista
Curitiba, onde soprava um forte vento, enquanto do outro lado da face para o PP
onde estávamos acampados nada de tempo ruim. No horizonte mais ao sul,
relâmpagos me preocupavam.
A noite caia na montanha. O céu
estava muito estrelado e era possível ficar fora da barraca sem precisar de
roupa de frio. Brincávamos com algumas pessoas que estava no PP piscando as
lanternas uns para os outros. Depois paramos para admirar as estrelas somente
com a cabeça do lado de fora da barraca, um espetáculo a parte.
À noite o vento soprava
fortemente nas antenas de radio instaladas no cume da montanha, parecia turbina
de avião. Antônia, minha esposa, teve ate dificuldade para dormir. Acordamos
cedo para ver o sol nascer, outro espetáculo. O mar de nuvens fazia outra parte
do show. Fiz um belo café e começamos a
descer a montanha. A nossa descida foi mais tranquila, logo chegamos ao Getúlio, muitas pessoas estavam
subindo a montanha, alguns era visível ser sua primeira vez por aqueles lados. Outros
se viam sem preparo. Encontramos um grupo de jovens que estavam subindo pela
primeira vez uma montanha, conversei com eles, passei algumas informações e
encorajei-os para chegar até seu destino. Chegamos à chácara do Dílson e logo
uma chuva começou a cair. No caminho de casa paramos numa boa churrascaria para
comemorar.
Não me lembro de uma caminhada tão
bem feita, com todos os visuais merecidos e um tempo maravilhoso! Sem duvida
foi umas das melhores caminhadas que eu já fiz, principalmente, por caminhar do
lado da pessoa que tanto amo.