3° dia – Os últimos quilômetros
A noite caí no abrigo 4 e começa a ficar um pouco mais frio.
O momento agora é de descanso, depois de um bom banho gelado e uma bela
refeição preparada pelos nossos amigos que cada um ajudou a preparar. É momento
de bater aquele papo descontraído e lembrar do segundo dia de travessia. Lembrar das 6 horas até o Castelo de Açu e
mais 9 horas até o Abrigo 4.
Amanhasse no nosso terceiro dia de travessia, acordamos bem
cedo, preparamos nosso café e começamos a desmontar tudo, uma leve neblina tomava
conta do camping. Dei baixa no abrigo 4 e começamos nossa descida até a
barragem onde o Bob nosso motorista nos esperava. Começamos a descer já era
umas 7:00 da manhã. Um sol tímido aparecia no horizonte tomado pela leve
neblina, mas que não impedia a vista até a cidade de Teresopolis. De longe
avistava toda a baia do Rio de Janeiro e outras montanhas da região. O pessoal se distancia na nossa frente e logo fechando a trilha eu a Denise. Conversamos
sobre tudo. Parei para dar uma ligada para a minha esposa e avisando que longo chegaríamos
em casa, e que estava tudo bem. Já estava com muita saudade do meu filho e da
minha esposa, começava a bater uma angustia de logo chegar em casa e pode-los abraça-los.
A descida até a represa é feita por um caminho bem
tranquilo, um zig-zag que parece não ter fim, mas por uma trilha bem aberta sem
nenhum obstáculo que mais parece uma estradinha. O resto do pessoal já estava
bem afastando, de longe se ouvia suas vozes. Logo um silêncio pairava em nosso
caminho e só se ouvia as botas batendo no chão, já se percebia o puro cansaço e
a louca vontade de terminar aquela longa caminhada. Passamos por vários trechos
de serra e também conosco acompanhava uma linda montanha que até então achei
que era a pedra do Sino. Começamos a apertar o passo para não ficar muito
distante, mas sem muita presa para chegar, nosso objetivo era chegar antes das
10:00 da manhã. Logo a Denise fica um pouco para trás por alguma necessidade e
eu estou mais uma vez só na trilha, comecei a refletir sobre muitas coisas,
pensei mais uma vez na minha linda família, no meu trabalho e em toda minha vida.
Foi um momento único, acredito que muitos deveriam fazer isso um dia, se
desligar dos outros e começar a olhar você. Comecei a pensar em Deus,
o quanto ele já fez por mim e pela minha família, momento de agradecer pelos
meus amigos e pela minha vida.
Passei por uma linda cachoeira chamada Véu de Noiva, uma
queda d’água linda e refrescante. Conversei rapidamente com uns jovens que também
estavam descendo. Logo encontro o resto do meu pessoal e juntos começamos a
chegar na barragem que é ponto final da travessia. O nosso motorista nos esperava e com muita alegria o
abracei, pois nunca imaginei sentir tanta felicidade ao vê-lo. Começamos a comemorar aquele momento juntos,
era uma grande vitória para todos. Todos nós já estávamos reunidos e prontos
para voltar para casa, agora é aguentar mais um grande desafio, uma viagem
longa e cansativa de volta pra casa, mas o que importa é o desafio vencido e
saber que o sonho de conquistar essa travessia foi alcança em mais uma grande
caminhada rumo ao nosso próprio destino, que é superar as montanhas da nossa
vida.
Agradecimento:
Quero agradecer a todos que com muita garra me ajudar a
realizar esse grande sonho que era fazer a travessia Petropolis/Teresopolis. Muito
obrigado meus amigos e vamos marcar outra.
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Início da descida |
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Teresópolis |
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Alguém sabe que montanha é essa? |
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Véu de Noiva |