Fazia tempo que eu não via um final de semana tão bom, com a minha esposa viajando para Fortaleza tive o prazer de fazer o que eu quiser. Jogar vídeo game até tarde, assistir meu futebol na quarta comendo pipoca.
Sábado na companhia do meu filho Vinícius bem na hora do almoço ele me perguntou quando eu iria levá-lo para a montanha, já tinha levado ele para o Marumbi, mas só levei-o para o rochedinho, então estava na hora de levá-lo para o Anhangava, aproveitei o tempo bom, comprei o que precisava, montei uma mochila cargueira de coisa, ir de ônibus não é fácil, preocupado se pegaríamos chuva na volta fui bem preparado.
Agora sim vou dizer o que ele me ensinou sobre superação. Com seus nove anos de idade imaginei que ele poderia subir a escada do Anhangava sem problema. Quando chegou nos primeiros degraus ele trava e fica com medo de continuar, sugiro que eu vá na frente e ele me segue assim o ajudo melhor, quando ele desce começa a chorar e sai correndo voltando para a trilha, desesperado grito com ele, pois estava com medo que ele tropeçasse e se machucasse, pedi para ele sentar do meu lado e com carinho disse que isso é normal e que ele não precisaria se sentir envergonhado e nem derrotado, com lagrimas em seus olhos, sentado na pedra e com a cabeça abaixada, levanta a cabeça e me diz “eu quero subir”. Na hora aquilo me assustou, disse que ele poderia ficar tranqüilo que não falaria a ninguém que ele não conseguiu subir e mais uma vez ele repete a frase “eu quero subir pai”. Com lagrima nos seus olhinhos se levanta. Indo na frente começo a ajudá-lo com calma e quando menos espera ele já está no segundo ponto da escada do Anhangava, continuamos e la em cima é aplaudido por uns jovens que viu no começa a cena, deram parabéns para ele. Seus olhos agora enchem de sorriso e por tem conquistando seu desafio pessoal. Uma verdadeira aula de superação.
Depois disso fomos até o cume, fizemos mais um lanche e voltamos, curtimos um bom vento forte que soprava, ele desceu a rampa com calma, pois seus dedinhos já estavam machucando por causa do impacto da bota. Chegamos na escada e imaginava que de novo ele poderia fica com medo, mas isso não aconteceu. Com calma ele desceu e já estávamos na Pedra do Almoço novamente.
Não sou eu o herói dele e sim ele o meu herói.