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Montanhas do Paraná e do Brasil

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quinta-feira, 26 de maio de 2022

Camapuã, Tucum e Cerro Verde 21/05/2022


"Em Memória de Veridiane Patrícia Nunes Mendes, minha irmã querida."    

Foto: Rogério Luiz Pulowsky

Já faz um bom tempo que queria voltar para o Cerro Verde, não lembro bem o ano, mas ainda trabalhava na RPC- TV, então deve ter sido entre 2008 e 2009, já tinha feito ela duas vezes uma entre fazendas e outras no tradicional mesmo, pelo Bolinha. Não lembrava nem um pouco o quanto está montanha desgasta você. Um sobe e desce intenso que dá vontade de sair gritando. Voltar é mais puxado ainda, pois você já está bem cansado. Como ando um pouco fora de forma, imagina como foi bem difícil o dia. E a idade também não está mais ajudando muito. Em 2022 começarei um projeto para voltar a muitas trilhas que fiz, como Siririca, Torre da Prata e etc., para marcar as trilhas no meu Wikiloc. Estou entrando numa fase de aposentadoria na montanha, até mesmo a trilha do Itupava que fiz muitas e muitas vezes, vou fazer mais uma vez para marcar essa trilha e finalizar o assunto. Combinei com meu amigo e parceiro de montanha Rogério Luiz Pulowsky para essa empreitada e também completou nossa companhia a Marjori Klinczak, que sua simpatia e dedicação nos acompanhou nesse dia. O dia prometia, o tempo estava maravilhoso nem muito frio nem muito quente. Chegamos na Fazendo do Bolinha umas 7h:30min, nos deparamos com o respeitado montanhista Nerio Carvalhais, um montanhista simples e muito simpático que esbanja experiência e sabedoria. Tiramos uma foto rápida com ele e começamos a subir morro a cima. A fazenda estava lotada, muitos indo para diversos locais da região, mas o principal destino era o Camapuã, pois é uma montanha de fácil acesso até seu cume, mas não se engane, ela tem uma das rampas mais chatas de fazer que eu conheço. Começamos a subir as 8h:00min da manhã, sem muita pressa logo começamos a alcançar algumas pessoas que também estavam indo para o Camapuã e outras montanhas. Com mochila de ataque, chegamos muito rápido na rampa e em menos de 2h:17min chegamos no cume do Camapuã. Logo de cara encontro com um grande amigo meu de montanha o Nelson da Silva Junior, que guiava com muita responsabilidade um grupo até o Tucum que era então nosso próximo objetivo. Paramos para tirar umas fotos e descansar um pouco, uma laranja para ajudar na hidratação e partimos rumo Tucum. 

A descida entre o Camapuã e Tucum é mais tranquila, um vale corta a montanha e a subida até o Tucum não é tão chato como a rampa do Camapuã, em menos de 30 minutos chegamos no cume. Deparamos com muita gente na montanha, um grupo de mais de 10 pessoas estava com meu colega Nelson. De longe avistei um grupo que estava fazendo a travessia entre fazendas. Não pensamos muito e já começamos a descer. De cara nos perdemos um pouco, ao invés de pegar a direita da montanha fomos para a esquerda, que nos levou para uma rampa, o Gps logo avisou que estávamos errado, e para achar a trilha foi um parto, tive que parar várias vezes para esperar a atualização e ver onde estávamos. Mas a trilha não estava longe de nós e a Marjori logo a encontrou novamente, mas para isso teve que voltar quase do começo. Vale uma dica aqui, quando você estiver para descer, aviste duas clareiras basta seguir o da direito não tem erro. Trilha encontrada agora e montanha abaixo. Começamos a descer sentido Cerro Verde, a partir de agora a trilha se torna mais intensa e perigosa, devido a inclinação do morro e também de um verdadeiro trepa raiz e quatro lances de corda. A descida é bem chata, é preciso tomar mais cuidado aqui para evitar escorregões e tropeços. Como é uma montanha não muito visitado por causa da sua dificuldade, a trilha é bem fechada, com muitas raízes e também bambus que nos segue até o final. Encontramos o grupo que estavam fazendo a travessia entre fazendas, como o trecho requer cuidados, nesse ponto foi preciso ter um pouco de paciência para continuar. Mas nada que atrapalhasse, porém a ideia de chagar as 13h:00min no cume não foi concluído. Assim que chegamos no vale entre as duas montanhas, passamos eles e seguimos montanhas acima. Passamos pela bifurcação entre Luar e Cerro Verde, a direita segue sentido Luar e a esquerda Cerro Verde, mas deve ter muito cuidado na volta, para não continuar a trilha sentido Luar. 

Seguimos morro acima, a trilha para o Cerro Verde e bem fechada, pouco se enxerga o chão, para trás vai ficando o Tucum. Cada passo era uma conquista, e em 5 horas de trilha alcançamos o cume do Cerro Verde. Na única clareira disponível estava acampando um grupo, e tão logo o outro grupo da travessia alcançou a montanha. Tiramos umas fotos da caixa, algumas dedicatórias e homenagem a minha irmã que esse ano nos deixou. Fizemos um bom lanche, descansamos bastante antes de voltar, pois sabia que não seria fácil o retorno. Tiramos mais algumas fotos e começamos a nossa volta. Saímos do cume as 14h:00min em ponto como já era combinado. Começamos a descer o Cerro Verde, o sol atrapalhava bastante a visibilidade, pois ele estava bem de frente. Como estou bem fora de forma e pretendia na volta gastar menos energia possível, pedi para tanto o Rogério como a Marjori me deixar pra trás, pois assim consigo mantar um bom ritmo sem cansar os outros. Rapidamente chegamos no vale que separa as duas montanhas e tão longo chegamos no que seria o primeiro maior desafio, subir a inclinada montanha do Tucum. Uma verdadeira “escalaminhada” até o cume. Usando braços e pernas, o Tucum ia aos poucos sendo superados, o cansaço era bem grande, parecia que não chegava nunca. Segurando em raízes e pedras chegamos novamente no cume do Tucum com menos de 1h:30min de trilha. Ao chegar no cume paramos um pouco só para respirar, mesmo tomando muita água me sentia desidratado, descansamos e continuamos sentido Camapuã. Chegamos rapidamente no vale, começamos a encontrar grupos subindo o Tucum e uns provavelmente indo para o Cerro Verde, o problema é que não tinha mais lugar para acampar no Cerro, até avisei uns para evitar que chegasse lá com cargueira e tivesse que voltar, já passei por isso e sei o quanto é chato e cansativo. Chegamos rapidamente no cume do Campauã, aproveitar pra tirar umas fotos e fazer uns vídeos, estávamos fazendo um bom retorno. Começamos a descer a rampa, não sei o que é pior, subi-la ou desce-la, as penas começa a cansar conforme vai descendo. O sol no seu horizonte vai se pondo, e a medida que terminávamos a rampa a noite vai se aproximando!

Finalizamos a rampa e pegamos mata a dentro, era nosso último desafio, as pernas não respondia mais, até que um deslize meu acabei escorrendo em uma raiz e prendendo levemente a perna, foi por pouco que não acabo me machucando feio. Como estava bem desgastado comecei a andar mais lentamente para evitar que me machucasse deixando os dois indo a frente sem eu ter que atrapalha-los. Chegamos no cruzo, descansamos um pouco e novamente voltamos sentido Bolinha, já estava muito próximo de finalizar a trilha, mas quem diz que essa é a parte boa né, esse trecho é mais difícil ainda, parece que a trilha não tem fim, o último trecho de trilha se torna infinita, é igual descer o Getúlio depois de uma longa caminhada, parece que nunca acaba. A noite cai sobre a mata deixando escuro o ambiente, já sozinho passei a refletir sobre minha vida e sobre tudo o que passamos juntos, é uma experiência incrível, quem um dia quiser ter essa experiência de fazer uma trilha sozinha, vai que é muito bom, mas recomendo cautelas para evitar qualquer complicação durante e depois da trilha. E finalmente em menos de 4h:30min do Cerro Verde até o Bolinha finalizamos a trilha. Foram exatos 9h:30min de trilha num percursos de aproximadamente 12 km entre idas e voltas, numa trilha fantásticas e com um visual maravilhoso, sem contar com a companhia de Rogério e Marjori, dois ótimos montanhistas que além de grandes parceiros deixam a trilha ainda melhor.

Wikiloc: Camapuã, Tucum e Cerro Verde

Nerio, Marjori, eu e Rogério


Início de tudo


Grande árvore 

Cruzo

Rampa do Camapuã




Cume Camapuã

Tucum a vista e ao fundo PP




Grande amigo Nelson


Cume Tucum





Começamos a descer o Tucum


Bifurcação Cerro Verde/Luar

Ao fundo Graciosa (pico 7 e Mãe Catira) e Pico do Marumbi

Pico Siririca


Cerro Verde vista depois da descida do Tucum, últimos trechos

Cansadão


Cume Cerro Verde, uma das mais belas vista do PP e de frente o Camelo

Tucum vista do Cerro Verde

Siririca ao fundo


Itapiroca, Caratuva, Taipa, Ferraria, Ferrero e Guaricana




Tucum

Retorno finalizando a Rampa do Camapuã