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Montanhas do Paraná e do Brasil

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terça-feira, 18 de abril de 2017

Travessia Alfa/Ômega - Por Ander Paz





Anderson Luiz da Paz é um montanhista paranaense, e no dia 24/05/2017 vai completar o seu segundo ano de montanha. Mesmo com pouco tempo de prática, já tem em sua mochila muitas histórias, trilhas e travessias para contar.
E embora não participe de nenhum grupo de montanha famoso, como a AMC e o CPM, conhece vários membros desses grupos.

No mundo do montanhismo, Ander Paz, é respeitado por muitos pelas várias montanhas do nosso Paraná que já realizou como; Tupipia, Tangará, Ferraria, Torre da Prata, Camelos, Agudos, Sacizinho, Baleia, Mesa, Polegar etc... Além de grandes travessias como: Bolinha x Marco 22, Araçatuba x Crista, Serra dos Órgãos, Lagamar...



 "Sempre realizo trilhas com amigos em busca de contemplar a natureza, aprender mais com ela e conhecer cada dia mais montanhas, sem contar a quantidade de amigos que fazemos... tbm gosto de outras trilhas como cachoeiras, canyons, etc.. mas montanha é amor rs já fiz várias montanhas de nossa serra." Ander Paz




Travessia Alfa Ômega

Da esquerda para direita: Sandro Godoy, Percio Fernando, Fernanda Lopes,
Jorge Henrique, Wanele Ricetto e Ander Paz.


Texto: Ander Paz



Iniciamos o primeiro dia às 3h da manhã, nos encontrando na base do canal em Piraquara, Eu - Ander Paz, Wanele Riccetto, Fernanda Lopes, Percio Fernando, Jorge Henrique e o Sandro Godoy. Agradecimento em especial aos amigos Leandro Casturino e Juliane Melo, pela logística em um horário não favorável.  Depois de uma meia hora de papo e com a frase principal em nossas cabeças, que não poderíamos errar muito o trajeto, tendo em vista que nenhum de nós conhecia a travessia, logo ajustamos os equipamentos e demos início à empreitada seguindo em direção a Torre Amarela. Sem muita demora pegamos a bifurcação para o Vigia e logo estávamos no Ferradura. Neste cume tivemos a certeza que o tempo estava maravilhoso, mas não tínhamos a dimensão da tamanha surpresa que a natureza nos reservaria nessa travessia.

Chegamos às 6h no cume do Carvalho com os primeiros raios de sol e conseguimos a primeira contemplação, sem ter em mente que cada vista seria ainda mais espetacular, um baita sol estrelado em nossos olhos. Com energia ainda mais recarregada, partimos sentido ao Sem Nome, onde sem parar logo passamos e partimos para o Mesa. Até então sem nenhum problema de navegação e muita conversa, risadas, com alguns tropiques e escorregões, chegamos ao Mesa as 9:15h. 


Depois de algumas fotos, contemplações e um rápido lanchinho partimos sentido às Alvoradas, trajeto esse que tínhamos em mente que seria um pouco mais complicado. Mas, com atenção redobrada e um grande trabalho em conjunto, vencemos os vales e chegamos ao Alvorada 4, onde tivemos o nosso primeiro descanso merecido de alguns minutos. Pulmão em seu lugar, logo iniciamos a empreitada para o Alvorada 3, nesse momento já colecionávamos muitos detalhes e risadas, que não consigo nem dimensionar, lugares com vistas especiais e um cheiro de mata virgem que não tem preço. Nesse trajeto tivemos alguns pontos mais complicados, onde nos dividimos para localizar a picada correta e, obtendo a direção do GPS, logo o achávamos com um belo trabalho em equipe.

Um pouco depois das 13h chegamos ao destino e ficamos ali, mais uma vez contemplando e localizando cada montanha que podíamos, sabendo que estávamos bem adiantado do que pretendíamos. Em seguida descemos o vale para o Alvorada 2, local que decidimos acampar mesmo sendo um pouco cedo e logo estávamos com as barracas montadas com um baita café para comemorar um primeiro dia bem-sucedido, um final de tarde espetacular e uma janta com um belo macarrão, posta branca levada pronta e batata palha. Logo em seguida sem muita demora já escutávamos os roncos dos amigos, rsrs.


Segundo dia depois de uma noite tranquila e um nascer espetacular, tomamos aquele café com direito a ovo, calabresa e as 8h demos início a nossa caminhada sabendo que nesse percurso do Alvorada 2 até a base do Espinhento seria talvez o mais difícil de navegar, suspeita essa confirmada quando chegamos no vale e entramos muitos perdidos, árvores caídas e gretas imensas com um terreno fofo. Mesmo com as adversidades logo achávamos a picada e seguíamos adiante, muito sobe e desce pelos vales, alguns cortes, espinhos, escorregões, apanhando de bambuzais e cipós de fogo, chegamos ao Espinhento as 11:45h sem muito erro. Mais algumas fotinhos e contemplação da vista maravilhosa e partimos para o cume do Pelado, povo ainda mais animado, pois estávamos novamente adiantados e, então, seguimos com cuidado pelas gretas e não posso deixar de dizer que lugar especial, maravilhoso. Nesse momento resolvemos abastecer todos nossos reservatórios nas águas que corriam ao fundo das gretas. Sem um fácil acesso, resolvemos seguir um pouco mais adiante quando achamos uma bica feita pela natureza com uma elegância sem tamanho no fundo do vale. Decisão essa acertada, pois no dia anterior não tivemos água em abundância, sendo que os vales estavam secos. Dessa vez, resolvemos nos precaver, caso não víssemos mais água até o Pelado, melhor 3kg a mais do que sem água, rsrs. Enchemos o que podíamos, pois não sabíamos onde teria água e disposição naquele momento não faltava.


Vários sobem e desces, risadas, alguns xingos e gemidos (nem tudo são flores), ao vencer subidas em vales profundos, rochas, raízes e sem contar as gretas, algumas com grande profundidade, um pouco depois das 15h, depois de uma baita subida, chegamos ao cume do Pelado. Fotos e mais uma vez tendo aquela vista com contemplação, seguimos até a Asa, onde iríamos acampar. Assim que chegamos fizemos um belo café, chá e logo depois lagarteamos um pouco e partimos ao ataque mais esperado do dia: nossa janta que seria arroz, um delicioso frango, milho, bata palha e chocolate como sobremesa. Logo em seguida, fomos abençoados com um pôr de sol não tão limpo com o de ontem, mas com detalhes e formas diferentes que encheram nossos olhos, noite com estrelas e uma lua linda, mas como estávamos cansados e de barriga cheia, logo fomos para nossas residências.

As 5:30h já estávamos de pé e pense em povo animado, antes do sol nascer as mochilas já estavam prontas, tivemos uma noite estrelada sem umidade e vento. Esperamos o sol nascer batemos muitas fotos, uma olhada no visual e aquele agraciamento em meu pensamento, assim partimos em direção a Freeway. Logo que saímos demos o nosso maior perdido rsrs, voltamos para conferir o trajeto até perto da asa do avião e o meu GPS por algum motivo ficou com sinal instável, mas logo que voltamos tivemos a certeza que estávamos no caminho correto e seguimos na mesma direção, o que se confirmou em seguida pelo GPS também, no exato momento que chegamos à placa do Pelado. 



Partimos animados e bem descansados, pois dormimos 10h os dois dias rsrs, mal sabíamos que íamos andar vários momentos se arrastando e se pendurando, uma baita descida com vários pontos de muito cuidado e muitos momentos que se arrastávamos por de baixo de árvores e bambus. Chegamos na Cascata Dourada e tomamos um belo Tang, este não pode faltar sequer um dia nas nossas travessias, para dar aquela revigorada. Hidratação feita, partimos a todo vapor para a estação, na qual chegamos antes do 12h e encontramos alguns conhecidos. Mais um Tang e partimos em direção àquela estradinha sem fim, que descemos correndo com muita risada e em busca de um belo banho rsrs. 
Resumo da travessia: o pulo do gato é não se perder! Erramos no máximo 10 passos, a não ser no início da Freeway que foi um pouco mais. 
Agradecimento aos amigos que participaram de mais uma travessia sensacional, desde a logística até a pratica que foi muito bem executada, vocês são show! 
Gratidão pela Vida!



Foto: Ander Paz
Fazer montanhismo sozinho é bom, agora fazer acompanhado é melhor ainda
Foto: Ander Paz

Placa pico Pelado
Foto: Ander Paz





Foto: Ander Paz

Pico Espinhento em frente


Acampando cume Pelado ao lado da asa do avião.
Foto: Ander Paz


Estação Marumbi, fim da travessia. ( ainda tem mais 4 km de caminhada até o IAP)




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