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Montanhas do Paraná e do Brasil

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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Travessia Reserva Lagamar - Por Vanderlei de Castro: Sexto Dia

 14/10/2024: sexto dia da travessia:

 

Bom dia alegria!! Acordei às 05:40 da manhã e logo lembrei que estava na praia mais linda da Ilha do Cardoso, praia de Camboriú. Levantei rapidinho e já fui esquentar a água para o mate e enquanto isso tomei um banho e arrumei a cuia do chimarrão, bora ver o nascer do sol na praia e conhecer a mesma. Que maravilha de praia com seus 1.580 metros de extensão, num formato oval. Ali habita poucas pessoas, Lucas, seus avós e alguns tios no total 8 pessoas, todos nativos.  No final oposto da praia encontrei seu Antônio, o tio avô mais velho do Lucas, estava retornando da pescaria dele com três peixes e um siri, almoço garantido. 









Eu me demorei o quanto pude na praia, mas tinha que retornar e arrumar minhas coisas para seguir meu caminho. Tudo pronto, me despedi de Lucas e seus avós e 08:40 da manhã já estava caminhando, eu e minha casa ambulante que cabe tudo em uma mochila de 45 litros. Passei por uma sequência de praias: praia do Folezinho e a praia das Lajes, a mais extensa com 6 km de puro deserto e solidão onde caminhei contemplando suas belezas e ao final da mesma acessei um mangue que dava arrepio de tão silencioso que estava aquele lugar. Porém para passar para a praia do Marajá tive que “escalaminhar” um costão, pois a maré subiu e não pude andar pela praia.  Ao chegar em Marajá, aproveitei para passar na capela para agradecer a Deus por tudo até o momento, e pedi proteção para seguir em frente, depois passei no centrinho da vila, procurei informações sobre barco para passar para o Pontal da ilha, pois com o assoreamento do antigo canal se abriu outro, mas não consegui nada então resolvi seguir em frente e cheguei na comunidade da Restinga, onde foi realocado o pessoal que morava no Pontal da ilha do Cardoso. 



















Ali consegui passagem de barco com seu Nelson (apelido Neco), ele foi relutante, mas consegui fazer com que ele me levasse até o outro lado do canal, pois sendo já 16 horas da tarde ele não queria pegar a noite para retornar para casa. Então, bora para Pontal da ilha. Deu uns 45 minutos de barco, no caminho tive a oportunidade de ver a revoada de muitos guarás que retornavam aos seus lugares para dormir, fantástico ver a revoada deles. Chegando em pontal, já me despedi de seu Neco e já fui caminhando pela praia, pois tinha que dar uma boa pernada ainda hoje para facilitar amanhã a chegada na vila de Superagui. Caminhei até às 19 horas da noite até encontrar meio retirado da praia uns pés de pinos, onde rapidamente armei minha barraca e joguei as minhas coisas para dentro, deitei sobre meu isolante térmico para dar uma relaxada nos músculos, pois hoje caminhei mais de 45 km e estava exausto e não é que acabei pegando no sono...kkkkk. Acordei era meia noite, nem comi nada, entrei dentro do saco de dormir e apaguei novamente...sono dos deuses...hehehe. E assim completei meu sexto dia de travessia. Deus muito obrigado!






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terça-feira, 19 de novembro de 2024

Travessia Reserva Lagamar - Por Vanderlei de Castro: Quinta Dia

 Domingo 13/10/2024, quinto dia


Acordei mais tarde hoje, as 06:40, pois iria pegar o barco para a Ilha do Cardoso somente as 10:00 horas da manhã. Ao acordar ouvi um barulhinho de pingos de chuva, “vixe”, se chover vai ser um dia daqueles, mas que nada foram só uns pingos. Então, levantei, tomei meu café e comecei a arrumar minhas coisas, pois estava ansioso para começar Ilha do Cardoso. As 09:00 horas mochila nas costas me despedi do seu Teodoro e fui para o deque de embarque. Ao chegar, fiquei apreciando a movimentação de pessoas e barcos até dar meu horário de partir e finalmente 10:00 horas, já me chamaram para embarcar (paguei 40 reais o barco, mas o normal e 50 reais por pessoa). E lá fui eu em direção à Ilha, passamos próximo da praia dos Golfinhos que faz parte da Ilha Comprida e eles estavam lá, os golfinhos se exibindo na sua caça diária atrás do seu alimento, incríveis estes animais. 











Em 30 minutos chegamos na praia do Pereirinha, desembarcamos na desembocadura do rio Itacuruçá, pois a maré estava alta e não podemos desembarcar na praia. Desembarcamos e já vieram ao nosso encontro os monitores do parque, explicaram sobre a reserva e os lugares de passeio e deixaram a cada um decidir o que fazer, eu já fui logo para o cadastramento para visitar o museu e mirante que ali existe (30 reais para visitar). Umas duas horas de visita entre o museu e mirante. Quem nos acompanhou foi a Letícia, uma jovem caiçara muito profissional e com uma elegância passava os sentimentos e as histórias do passado da ilha e sua família, recomendo pegar ela como condutora. Mas aqui tive um probleminha, não pude marcar o costão existente para sair na praia de Camboriú, pois é uma área intangível e proibida até segunda ordem, então fui a procura de um barco, seu Wagner dono do restaurante Itacuruçá entrou em contato com o Lucas que mora em Camboriú e que viria me buscar, porém estava cobrando 300 reais , quase morri, mas consegui chegar em 200 reais e as 15 horas veio me buscar, mas antes me servi de um prato tradicional a base de peixe no restaurante para variar meu cardápio a base de farinhas, hehehe. 









Letícia monitora ambiental




Estava eu conversando com seu Daniel Fernandes, um caiçara de idade avançada, que estava sentado na frente de sua casa, que prosa com aquele senhor, me contou altas histórias dos seus antepassados e também explicou que na comunidade Pereirinha fica o museu e na comunidade Itacuruçá fica a praia e o restaurante, para os turistas é tudo Pereirinha, mas para eles, caiçaras, são comunidades distintas. Mas logo vieram me chamar, pois Lucas tinha chegado e lá fomos nós em direção à praia de Camboriú, na metade do caminho estávamos passando em frente a Ilha do Bom Abrigo e o Lucas do nada perguntou se eu queria conhecer, aceitei na hora, nossa que presente. Chegamos naquela pequena enseada com o barco, que luxo de lugar, mas não perdi tempo subi até o farol tirei umas fotos e desci correndo, pois estava tarde. Embarcamos novamente e fomos embora, ao chegar na praia de Camboriú, o avô do Lucas já estava aguardando para ir revistar as redes armadas, eu desembarquei e fui direto para a pequena pousada que ele construiu, deixei minha mochila no canto e já fui esquentar uma água para o chimarrão e corri para praia ver o entardecer e alimentar os borrachudos, hehehe.


seu Daniel Fernandes


Ilha do Bom Abrigo








Que espetáculo aquela praia oval, simples e encantadora, não tenho palavras para descreve-la, me apaixonei por aquela praia. O sol estava se pondo e eles estavam voltando da vistoria das redes, pegaram três grandes peixes de uma média de 10 kg cada, estavam felizes. Então conversei um pouco com eles enquanto tomava meu chimarrão e logo escureceu, eles se retiraram e eu permaneci na praia, pois queria aproveitar e ver a lua que estava quase cheia e espalhava luz sobre a praia e os costões rochosos, fiquei ali deitado sobre uma rocha por mais ou menos uma hora apreciando tudo aquilo, espetáculo único daquele lugar! A vontade era de dormir ali, me retirei para a casa, então armei a primeira parte da minha barraca sobre uma cama de casal existente no quarto, a barraca serviu de mosquiteiro, pois tinha pernilongos à beça. Dormi como um anjo, a dias sem dormir numa cama. E lá foi o quinto dia com muitas aventuras. Deus muito obrigado!




Se você estará, eu estarei sempre...



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