Já fazia um bom tempo que não caminhava por
aquelas bandas, se não me falhar a memória foi antes mesmo do meu filho nascer,
e ele já está com 11 anos. O Taipa foi umas das minhas primeiras montanhas. Com
uma vista privilegiada é uma das mais belas montanhas. Pouco conhecida e
visitada por quem realmente conhece, está cravada na serra do Ibitiraqui, entre
o Caratuva e Ferraria. Não me lembrava de quase nada da trilha, pois só a subi
uma vez e naquela época era “um pia de
bosta”. Hoje tenho mais conhecimento, respeito e clareza do que faço, mas
foi uma honra voltar para lá com meus dois parceiros de montanha.
Quem deu a
partida para irmos para lá foi o Will, convidamos então o grandioso Patrick e
partimos. Chegamos cedo à fazenda do PP e logo partimos rumo à cima. É pedreira
chegar até a pedra do grito, uma subida nada simpática com a gente, logo que a
avistamos de longe como vale a pena ir mais vezes para aquele lugar. Com
mochilas de ataque, em um pouco mais de uma hora de caminhada já estávamos na
bifurcação entre PP e Caratuva, destino certo agora era só embrenhar-nos entre
os bambus, uma praga que aos poucos está matando aquela região. Já imaginava
que não seria fácil, pois, com pouca visitação, a mata se fecha, os bambus
tomam conta e fica bem difícil não se machucar, mesmo um pouco quente coloquei
meu corta vento para evitas as matas e os bambus cortantes. Com uma forte
neblina e sem vento parecia que estava chovendo, nos molhamos muito, até minha
bota estava bem úmida. Para passar entre bambus e mata fechada tinha que ser
igual trator, sem dó nem piedade.
Continuamos subindo entre altos e baixos,
encontramos um ninho de aranhas que acredito ser das grandes e um sapinho
típico daquela região muito raro de se ver. Com a serração forte já
imaginávamos que não seria possível ver nada. Chegamos ao cume falso onde é
possível acampar (da para colocar umas duas barracas). E em três horas de
caminhada já estávamos no Taipa. Não foi possível ver nada, nem a direção do
Ferraria ou qualquer outra coisa mesmo. O importante era chegar, e chegar bem.
Comemos algumas coisas, escrevemos no caderno que estava levemente molhado,
pois a caixinha do cume estava aberta, provavelmente por causa do mau encaixe
ou pelos fortes ventos. Curtimos o silencio da montanha e nos preparamos para
voltar e fazer um novo ataque, mas dessa vez a tão sonhada Ferraria, que está
na garganta há muito tempo. Descemos rápido e quando chegamos à fazenda, de
longe avistamos o Caratuva todo aberto, imaginando que logo iria abrir o Taipa.
O jeito é deixar para uma próxima e começar a investir mais nessas montanhas
que fascinam tanto muita gente
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