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Montanhas do Paraná e do Brasil

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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Agulhas Negras e Travessia Serra Negra - Parte Final

Leia: 19/06/2014 - Viajem tranquila, nosso primeiro dia de incertezas e surpresas. 
Leia: 20/06/2014 - Ataque ao Agulhas Negras - Via Bira Bira


21/06/2014 - Travessia Serra Negra

O dia amanhece, o nosso novo desafio agora é a travessia Serra Negra, imaginei que no dia dessa travessia eu poderia estar todo quebrado e com meus dedos do pé inchado por causa da Agulhas Negras, estava pronto para mais uma longa caminhada. Acordamos um pouco mais tarde para iniciar nossa caminhada, as 06h00min da manha uma serração cobre toda a região, tomamos um café bem reforçados e fomos para o inicio do parque.

Iniciamos nossa trilha as 10h00min no abrigo Rebouças, como não pegamos muitas informações sobre a trilha, ao invés de pegar a trilha para a “Pedra do Altar”, pegamos sim foi a trilha para a “Asa de Hermes” um erro, mas que valeu muito a pena. Passamos pela lateral do Agulhas, e quando já estávamos avistando a pedra da Asa de Hermes seguimos sua trilha até descobrir que estávamos errados. Paramos, pensamos e começamos a varar o mato rasteiro tentando encontrar a trilha novamente. Travessamos um banhado e começamos a subir um morro para descobrir onde estávamos. O GPS nos mostrava que a trilha estava bem próximo, de longe diversos rastros de trilha, provavelmente não fomos os primeiros a errar. Subimos morro acima até avistar um vale gigantesco, um rastro aparecia no horizonte, estava mais para  um pequeno rio que cortava o vale.

Começamos a ir naquela direção, a nossa ideia era encontrar a cachoeira do Aiuruoca. Caminhávamos entre matos e pedras, alguns totens nos mostrava o caminho, Terezinha e Mércia nos acompanhavam com força e coragem, nunca em toda minha vida andei com pessoas com tanta garra assim. Aquele rastro que mais parecia um rio começa a se aproximar. Sentamos numa pedra grande e começamos a admirar a grande Agulhas Negras e no seu lado a Pedra da Asa Hermes, a baixo da asa pessoas apareciam bem pequenas, era possível ver a grandeza de tudo aquilo.

Continuamos a “varação” de mato e os totens continuavam a nos mostrar o caminho, até que logo encontramos a trilha certa, chegamos num riacho, fizemos aquele lanche, encontramos algumas pessoas na trilha e de longe avistávamos a pedra “O Ovo da Galinha”. E em alguns minutos a bifurcação “Serra Negra” e “Rancho Caído”. Pela trilha Rancho Caído é possível chegar até a cachoeira do Aiuruoca, nosso caminho era “Serra Negra”, chegamos à parte de cima da cachoeira e continuamos a trilha. A caminhada era agradável, às vezes esquentava e às vezes gelava o corpo de tanto frio causado pelo vento e a altitude, a vista era glamorosa. Sergio liderava o ritmo da caminhada, as meninas ficavam entre nós e caminhada prosseguia. Descemos um grande vale, uma decida bem dolorosa, os dedos dos meus pés já estavam bem doloridos, eles são os que mais sofrem numa caminhada. 

Logo encontramos um rancho e a vista era linda, parecia àqueles lugares de paisagem única, ao fundo uma linda cachoeira. O senhor Lourival disse que o nome dessa cachoeira era “Salto Cachorro Grande”. Tiramos algumas fotos e prosseguimos, agora estávamos num espécie de estrada abandonada. Já estávamos a cinco horas caminhando, o cansaço tomava conta e o silêncio também, passamos sobre um rio onde paramos para descansar e também num espécie de casa de chácara, não avistamos ninguém, somente alguns animais. A trilha era subida e descida, passamos por diversos portões feito de arame, um gigantesco ninho de cupim estava bem no meio da trilha. O sol já estava próximo de se deitar e a caminhada começava a tomar seu rumo final. Hora depois avistamos a trilha final e um descanso merecido, fomos recebidos por alguns simpáticos cães. Pegamos o carro que estava nos esperando e fomos para o nosso camping. Foram horas de caminhada, cansaço e esforço para chegar ao nosso destino. 

Agora era hora de chegar onde estávamos acampando, contar nossas histórias de mais uma travessia e nos preparar para o dia seguinte. Quando chegamos à casa do Sr Lourival um belo jantar nos esperava. Ele nos contou algumas incríveis histórias, pois ele está ali desde que nasceu, nos falou sobre um resgate que já fez, e sobre como é morar perto desse lindo paraíso. Fizemos uma grande amizade com ele. Caso alguém queira acampar no seu sitio, fale comigo antes, para passar as informações necessárias. Não é permitido algazarra, barulhos etc. Lá é um lugar tranquilo de respeito, somente vai acampar lá quem está interessado a respeitar a natureza e contemplar o que ela nos oferece.

No dia seguinte acordamos bem cedo, levantamos acampamento tomamos um bom café e voltamos para casa, numa viajem logo, mas divertida. Esses dias vão deixar saudades, principalmente do Sr Lourival e da dona Olímpia que por causa do seu trabalho ficou pouco com a gente, mas deixou uma ótima impressão de sua simpatia e humildade. Quero agradecer a todos meus amigos que me acompanharam nessa dias que jamais vou esquecer.

Um grande abraço a todos.
Mércia Brito
Sergio Sampaio
Evaldo
Vivi Orélo
Mario Firmino
Carinha Pallu
Terezinha Tessaro






Terezinha, Mércia, eu e Sergio




Abrigo Rebouças




É possível ver um pessoal subindo o Agulhas



Asa de Hermes


Ao fundo Ovo da Galinha







Salto do Cachorro Grande ou não















Ovo da Galinha



Serra Negra







Minha Pátria meu orgulho




O cupim gigante





Um merecido jantar na casa do sr Lourival - Muito Obrigado