14/10/2024: sexto dia da travessia:
Bom dia alegria!! Acordei às 05:40 da manhã e logo lembrei que estava na praia mais linda da Ilha do Cardoso, praia de Camboriú. Levantei rapidinho e já fui esquentar a água para o mate e enquanto isso tomei um banho e arrumei a cuia do chimarrão, bora ver o nascer do sol na praia e conhecer a mesma. Que maravilha de praia com seus 1.580 metros de extensão, num formato oval. Ali habita poucas pessoas, Lucas, seus avós e alguns tios no total 8 pessoas, todos nativos. No final oposto da praia encontrei seu Antônio, o tio avô mais velho do Lucas, estava retornando da pescaria dele com três peixes e um siri, almoço garantido.
Eu me demorei o quanto pude na praia, mas tinha que retornar e arrumar minhas coisas para seguir meu caminho. Tudo pronto, me despedi de Lucas e seus avós e 08:40 da manhã já estava caminhando, eu e minha casa ambulante que cabe tudo em uma mochila de 45 litros. Passei por uma sequência de praias: praia do Folezinho e a praia das Lajes, a mais extensa com 6 km de puro deserto e solidão onde caminhei contemplando suas belezas e ao final da mesma acessei um mangue que dava arrepio de tão silencioso que estava aquele lugar. Porém para passar para a praia do Marajá tive que “escalaminhar” um costão, pois a maré subiu e não pude andar pela praia. Ao chegar em Marajá, aproveitei para passar na capela para agradecer a Deus por tudo até o momento, e pedi proteção para seguir em frente, depois passei no centrinho da vila, procurei informações sobre barco para passar para o Pontal da ilha, pois com o assoreamento do antigo canal se abriu outro, mas não consegui nada então resolvi seguir em frente e cheguei na comunidade da Restinga, onde foi realocado o pessoal que morava no Pontal da ilha do Cardoso.
Ali consegui passagem
de barco com seu Nelson (apelido Neco), ele foi relutante, mas consegui fazer
com que ele me levasse até o outro lado do canal, pois sendo já 16 horas da
tarde ele não queria pegar a noite para retornar para casa. Então, bora para
Pontal da ilha. Deu uns 45 minutos de barco, no caminho tive a oportunidade de
ver a revoada de muitos guarás que retornavam aos seus lugares para dormir,
fantástico ver a revoada deles. Chegando em pontal, já me despedi de seu Neco e
já fui caminhando pela praia, pois tinha que dar uma boa pernada ainda hoje
para facilitar amanhã a chegada na vila de Superagui. Caminhei até às 19 horas
da noite até encontrar meio retirado da praia uns pés de pinos, onde
rapidamente armei minha barraca e joguei as minhas coisas para dentro, deitei
sobre meu isolante térmico para dar uma relaxada nos músculos, pois hoje
caminhei mais de 45 km e estava exausto e não é que acabei pegando no
sono...kkkkk. Acordei era meia noite, nem comi nada, entrei dentro do saco de
dormir e apaguei novamente...sono dos deuses...hehehe. E assim completei meu
sexto dia de travessia. Deus muito obrigado!
Continue... (clique para o dia seguinte)