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Montanhas do Paraná e do Brasil

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terça-feira, 25 de outubro de 2016

Agulhas Negras o retorno

Antes de relatar como foi a subida ao Agulhas Negras é sempre bom aceitar os conselhos de guias da região, pois é o quintal da casa deles e sempre sabem o que estão falando.
Embora tentei levar uma ou duas cordas menores com no máximo 20 metros cada, resolvi levar o que eu tinha, uma corda dinâmica de 60 metros. Claro que não ia usar toda essa metragem, mas não vou partir a minha corda ao meio. Porém, na próxima vez vou comprar duas cordas com metragem para serem usadas no Agulhas ou no Prateleiras, subir com uma cargueira com mais de 25 kg nas costas nas Agulhas não foi fácil. Da próxima vez vou ouvir melhor os guias da região.


Cadeias de montanhas do Agulhas Negras
A última vez que subi o Agulhas foi em 2014, com um pessoal de Florianópolis, até esses dias acreditava-se que fomos pela trilha do Bira, mas na verdade a trilha que fizemos foi a Normal. E em Julho voltamos lá para fazer o Agulhas novamente com outra equipe. Foi frustrante! Chuva, lama, esquecimento de equipamento... não deu nada certo! Teria que ter um retorno. Então, resolvi fazer um evento exclusivo e logo combinei com alguns amigos que toparam na hora. Um grupo muito bacana! Com toda certeza foi realmente muito emocionante!
Escolhi uma data nada favorável e já fora de temporada. Outubro é uma época de muitas chuvas naquela região. Mas mesmo assim as expectativas estavam boas, embora tenhamos saído de Curitiba com a previsão de chuva em Itatiaia ou em Itamonte, e também com grandes chances de não conseguirmos por causa das pedras molhadas ou até mesmo pelo fechamento do parque.

Saímos de Curitiba no dia 21/10 as 20:00 para chegar no parque no máximo as 7:00 da manhã, e claro que houve um pequeno atraso de 52 minutos da nossa saída. Mas, sempre entendo que tudo isso é pela vontade de Deus, pois Ele pode ter nos dados algum tipo de livramento e nisso eu acredito. Nossa viajem foi tranquilo, estávamos em 15 pessoas na van. E estávamos bem confortáveis, nada de estresse ou qualquer incomodo por causa das bagagens. A viajem percorreu super bem.
Chegamos, fizemos nossa inscrição e logo partimos para o Agulhas, já passava das 8:00 da manhã, a montanha estava sem muito movimento, provavelmente por causa das expectativas das chuvas, alguns guias cancelaram muitos eventos por causa da previsão, mas realmente a natureza nos prega peças que não entendemos, e, não caiu uma gota se quer. Chegamos ao Agulhas e logo encontrei o Demmis, que é responsável pela Outsider Xperience, que nos deu uma boa força no trajeto final da montanha.

Logo no abrigo encontrei um amigo de montanha o André e com ele o Nativo, uns dos mestres em escalada, responsável por diversas vias de escalada no Anhangava. Em uma hora já estávamos na base do Agulhas, agora é subir e subir e, dessa vez, fizemos a via mais utilizada pelos guias da região a Pontão Ricardo Gonçalves, a mais fácil e também a mais rápida para se chegar ao cume. Descobri que minha mochila estava extremamente pesada, mais de 20 kg nas costas, percebi que a subida não seria fácil. E logo encontrei dificuldades para passar por fendas, pois a mochila me atrapalhava muito, me desgastei ao máximo! A minha sorte foi que sempre tem amigos para ajudar, o Jimo logo pegou minha mochila para que pudesse tanto ajudar algumas meninas que estavam para trás como me dar um bom folego na subida. O primeiro trecho de rocha foi bem difícil, as pedras estavam bem lisas. Foi sorte ter o Sergio Psirica conosco pois ele subiu e fez a primeira ancoragem de corda no grampo, facilitando para todos nós. 

Demmis, por ter uma boa experiência em equipamento de escalda, logo assumiu o "seg" e com segurança todos conseguiram subir. Em quatro horas de caminha e "trepa pedra", estávamos mais uma vez no cume do Cruzeiro, um dos cumes do Agulhas Negras. Infelizmente não foi possível ver nada, mas pelo fato de não ter chovido já valia a pena. Voltamos, e minha mochila estava cada vez mais pesada, Douglas se prontificou a descer uma parte com ela até eu descansar, logo percebi que o Sergio Psirica, o mesmo que com muita garra subiu o primeiro paredão sem corda, havia machucado o pé ao tentar passar por algum trecho da montanha, e isso nos preocupou muito. Lentamente ele chegou com segurança até o final da trilha. Levamos 4 horas para subir e impressionantes 2:30 para descer. Chegamos até a portaria onde o Samuel, nosso motorista oficial, nos esperava.

O Resgate

Depois de uma pernada com uma mochila que estava extremamente pesada por causa da corda, tive que ir para minha segunda missão sozinho, sem ter que arriscar descer a estrada com a van, fui até a casa de dona Olímpia resgatar minhas coisas esquecidas lá da outra vez. Combinei um horário de resgate com o Samuel e pedi para ele levar o pessoal até o Hostel Picus onde a Thaiana nos esperava. Enquanto a van seguia para o hostel desci o mais rápido possível, logo começou a chover, sentei na estrada e uma vontade imensa de deitar, olhei para o céu e disse “o que eu estou fazendo aqui?” e fiquei deitando ali por um breve momento, parecendo um louco! Mas não desisti. Logo levantei e continuei a andar, a chuva parou e eu ouvi um barulho no mato, imaginei algum animal, pois lá tem onças e outros animais. Bobo seria se ficasse ali para descobrir, por isso não esperei para saber o que era e logo corri. 

Caminhei 6 km até descobrir que não tinha ninguém em casa. O senhor Lourival foi buscar a sua esposa dona Olímpia, no alto da serra km 0. E deixou algum responsável para me entregar as coisas, mas ao chegar lá todas as luzes apagadas, percebi que provavelmente teria que voltar novamente. Que desespero! Fiquei sentado até as 19:00, e o horário de resgate era 19:30 sendo que levaria mais de uma hora e meia até chegar lá em cima. Então, assim que resolvi sair, encontrei o senhor Lourival com seu fusca 95 descendo a estrada. Uma alegria imensa surgiu em meu coração. Agora era pegar minhas coisas e ir rumo ao meu ponto de resgate. O senhor Lourival com um coração bom que tem, me levou até a parte alta da estrada, onde o Samuel me esperava, fomos para o Hostel Picus. O pessoal já me esperava com uma bela refeição. Tomei um bom banho e jantamos e fomos curtir a noite com bons amigos. Hora de pensar no dia seguinte.





Parte baixa do Parque Nacional do Itatiaia.

No dia seguinte, estávamos pensando em fazer o Couto, mas alguns do meu pessoal já estava bem desanimado para fazer outra montanha, embora o Couto fosse mais tranquilo para fazer. Conversei com a Thaiana que é a responsável e proprietária do hostel, e decidimos então fazer a parte baixa do parque, pois já havíamos pago os dois dias. Então, vale a dica: se você não quiser subir a montanha e pagou na portaria do parque por dois dias, vá conhecer as lindas cachoeiras do parque na parte baixa o ingresso vale para as duas portarias. Vale a pena!

Despedimo-nos do pessoal do hostel, onde nos deram toda a atenção e com muito carinho nos receberam, e fomos até as cachoeiras do parque. Chegamos já era 12:00, fomos conhecer as belas cachoeiras, primeiro a cachoeira do Itaporani, uma caminhada de 15 minutos e já se chega a ela, tem uma linda queda d`agua e uma piscina natural de água bem gelada. Depois seguimos para o Véu de Noiva uma linda cachoeira com mais de 40 metros de altura é possível ficar embaixo dela sem medo. E por último a cachoeira do Maromba, que forma uma linda piscina natural, ideal para um bom banho gelado. Fizemos um pique nique e as 15:00h saímos do parque sentido Curitiba. Fizemos uma ótima viajem sem qualquer problema na estrada.

Agradecimento:

Primeiramente a Deus por ter nos proporcionado um final de semana inesquecível e ter nos dado uma ótima oportunidade de conhecer novos amigos, ao Sergio Psirica por ter se encorajado na subida do difícil paredão, o Jimo e o Douglas por terem me ajudado a carregar a mochila pesada, ao Gabriel por ter levando o resto dos meus equipamentos. Demmis por ter nos ajudado na subida, o pessoal do Hostel Picus por nos receber tão bem e nos deixado com  aquela vontade de voltar. E também a Paula que com sua experiência e profissão nos deu uma aula de alongamento, o que nos ajudou no dia seguinte. E todo o resto do grupo, Perla, Denise, Viviane, Fernando, Beatriz, Homero, Rafael, Cleverton e minha linda esposa Antonia que sempre me acompanha. A todos muito obrigado por fazer parte de mais uma história da minha vida. Aonde de boas amizades e bons risos fazem qualquer diferença em uma longa viajem.


Fotos Parte alta do Parque


Cume do Agulhas - Cruzeiro




Via Pontão





Galera no Cume do Cruzeiro - Agulhas Negras











Prateleiras


Sapinho Flamenguinho, simbolo do parque.












Fotos Parte Baixa do Parque



Cachoeira Véu de Noiva

Usina de Furnas ao fundo




Salto Itaporani

Cachoeira do Maromba  e sua piscina natural

Vale que corta todo o parque, é possível avistar o Agulhas Negras desse ponto.