20/06/2014 - Ataque ao Agulhas Negras - Via Bira Bira
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Da esquerda para direita: Pallú, Mario, Sergio, Mércia, Vivi, Reginaldo, Evaldo e Terezinha |
Depois de uma longa viajem sem problema, e na incerteza de
um lugar para acampar na qual recebemos um presente de Deus nos instalado na
chácara da dona Olímpia e do senhor Lourival. Era hora de nos programar
para o dia seguinte. Toda a equipe já estava reunida e preparada para o próximo
dia. Pegamos mais alguma informação com o senhor Lourival. Marcamos de acorda
bem cedo para poder chegar à entrada do parque e não ficar de fora, pois não
estávamos de brincadeira, não sabíamos qual a possibilidade de ficar de fora,
sendo que o numero de visitante era de no máximo 100 pessoas segundo
informações que tínhamos. Na pousada dos Lírios já tinha um grupo de mais de 40
pessoas que ia ao mesmo dia que a gente. Então imagina você viajar toda essa
distância e chegar na entrada de um parque e não poder passar por algum motivo, então não
pensamos duas vezes, acordas as 03h00min da manha.
Um cachorro nervoso perturbou a noite inteira, dava vontade
de levantar e o mandar ele ficar quieto, fomos dormir muito cedo,
não é de o meu costume dormir nesses horários que passa o Jornal Nacional, mas logo
apaguei assim como meus amigos. A noite não estava fria como era de se esperar.
Logo acordamos decidimos fazer um café na portaria do parque, saímos e fomos em
direção. Chegamos à entrada, éramos
os primeiros a chegar, tomamos um café tiramos algumas fotos e assim que o
parque abriu fizemos nossa inscrição. Uma dica para quem for subir o Agulhas,
caso você enfrente o pico sem guia, vale orientar que eles não permitem passar
sem equipamentos de escalada. É necessário, corda, mosquetões, cadeirinhas de
escalada e freio. E não adianta dizer que tem, eles bateram geral em nosso
equipamento antes de entrar.
Com a gente estava tudo certo, logo chegamos ao abrigo
Rebouças, fizemos mais um lanche rápido e bem quente, pois estava um pouco frio
e partimos para a trilha. No começo da trilha estava tudo fácil, de longe já
avistávamos o Pico das Agulhas Negras e mais distante ainda o Cume da Pedra do
Couto e Prateleiras. Logo chegamos à
rampa inicial da montanha, um pouco mais inclinado que o Anhangava, talvez uns
45° ou até mesmo 60°. Uma verdadeira "escalaminhada" cume a cima. Depois de um
pouco mais de uma hora, encontramos nosso primeiro desafio, começamos a escalar
rochas através do vale aberto na montanha, subíamos e subíamos entre rochas e
paredes. Com muita ajuda do Mario e também do Evaldo que ambos tem boas habilidades
de subir rochas, fomos então abrindo caminho. As dificuldades eram muitas, os
obstáculos também, descobrimos então que estávamos em outra via de escalada, e
era a menos frequentada, essa via precisa de experiência em escalada, e isso de
certa forma tínhamos.
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Preservar é bom |
Estávamos com bons equipamentos e ótimas pessoas que
encarava aquela montanha com respeito. Logo
eu e o Sergio deparamos com um problema, um trecho exigia passar num buraco
aberto pela natureza formada pelas quedas das rochas durante milhares de anos,
tanto eu quanto ele era os mais grandinhos e passar por aquele buraco não ia
ser tarefa fácil, eu acreditei e passei pelo buraco, mas com muita dificuldade,
o Sergio já teria que escalar. Passamos e continuamos, as dificuldades logo ia
aumentando, já estávamos na trilha a mais de 5 horas, perdemos tempo em um
trecho, o vento às vezes encanava na gigantesca fenda e o corpo gelava de
repente. As meninas seguia a toda força, guerreiras e sem medo, subia
os trechos com toda valentia de uma mulher montanhista. A “escalaminhada” estava cada vez mais
pesada, os braços já não estavam com toda a força.
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Vivi e Terezinha no início da trilha |
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Nosso destino, cume Agulhas Negras |
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Início da subida, paredão de 45° a 60 ° |
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Escalaminhada |
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Ao fundo Prateleiras |
Logo chegamos num trecho que
mais parecia uma chaminé, ou passava por mais um buraco ou escalava, eu não sou
mais um escalador, há muitos anos parei com essa atividade, então o certo era
passar pelo buraco novamente, não parecia ser mais difícil do que o outro que
passamos, engano meu. Meu erro foi não tirado meu fleece, ao passar nesse
buraco enroscava igual uma lixa, com a ajuda do Sergio, usava seu ombro para
ter força para subir e o Evaldo puxava do outro lado. Sabe aquelas rolhas de
vinho, então, foi bem parecido, achei que ia ficar preso, mas com um pouco de
calma tirei meu braço que estava em baixo do meu corpo e com apoio dos meus dois
amigos consegui sair. Estávamos agora numa base, já era possível ouvir a
gritariam de outras pessoas que já estava no cume. Dessa base já tinha dois caminhos ou
continuava a fenda e saía próximo ao livro do cume ou subia a esquerda num paredão escalando mais um pouco e chegava ao cume. A incerteza era grande, então
resolvemos pegar a esquerda, Mario fixa a corda num grampo e subimos até a parte
final, mais uma "escalaminhada" e já era possível avistar o cume. Tinha muita gente no cume tirando fotos e festejando e nós ainda saindo do
“buraco”.
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O começo do Bira |
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Entre dois paredões, é assim até o final |
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Depois da passagem do buraco |
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Penúltima escalada, trecho final do Bira |
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Base final, a partir daqui ja é possível ouvir a gritaria de muitos que estão no cume Nesse trecho você escolhe, a esquerda ou segue em frente pela fenda do Bira sua parte final é o livro |
Estávamos cansados, apreensivos e felizes por ter atingindo o cume das
Agulhas Negras. Alguns voluntários do parque nos dava orientação e um deles me
disse que a via que fizemos era a Via Bira Bira ou somente Bira. É a segunda
mais difícil só perde para a via dos Estudantes. O tempo estava curto, chegamos muito próximo
as 14h00min horas, não era mais possível fazer a travessia entre os dois cumes e chegar ao livro. O bom que deixa um gosto de quero mais, e voltar lá para
fazer essa parte que faltou. Fazer a Via
do Bira foi muito emocionante, difícil, porém superável. Nada se iguala o que
fizemos, superação total. Pois é uma via difícil e poucos se habilitam de
fazê-la. Guia local mesmo a evitam. No
cume um dos voluntários do parque até nos parabeniza.
Após um lanche rápido, tiramos algumas fotos e começamos a
descer pela via normal, no primeiro trecho tem dois lances de corda, mas nada
muito difícil de fazer. Começamos a descer o vale normal e logo chegamos à
parte onde é necessário um rapel, tinha muita gente para descer. Os guias
locais auxiliavam os turistas na decida com cordas. Cada um descia do seu
jeito, um com medo outros com receio de chegar à base, era sangue nos olhos.
Trilhamos na lateral da rampa até chegar nesse paredão de mais ou menos 10
metros de altura. Sergio pergunta para
um dos guias se podíamos descer a corda sem precisa fazer rapel. A sua
informação foi positiva, enquanto o guia colocava a cadeirinha em um turista, rapidamente
descíamos um por um pela corda, levamos 8 minutos. Muitos até olhavam nossa rápida descida. Um
guia até disse “vocês não são de brincadeira”. Logo chegamos à parte da rampa
que realmente é bem inclinada. Meus dedos do pé começaram a reclamar. O pessoal já estavam bem cansado, pois foram 5 horas de subida e mais umas 3
horas de descida. Nosso grupo já
começava a se distanciar um do outro, cada um ia ao seu ritmo, até que em fim
chegamos ao abrigo Rebouças. Partimos para onde estávamos acampados, fiz
um churrasco para todos e contamos nossas historias da subida para o senhor
Lourival.
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Pedra do Couto a 2° montanha mais alta do Rio de Janeiro |
Foi muito bom ter feito essa via, nos vimos capazes de fazer
qualquer outra montanha mais difícil ainda. Se tivéssemos subido pela normal,
acharíamos talvez sem graça e fácil. Essa via nos mostrou que somos capazes de
desafios maiores e estamos preparados. Quando voltarmos, vamos fazer a via
normal para chegar ao livro e contemplar o dia que desafiamos sem querer a via
Bira. E olhar para o horizonte e dizer “como é bom ser montanhista”.
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Todo o pessoal no cume |
3 comentários:
Para mim foi mais um desafio vencido que bom estar com vocês que sempre aprendo mais e mais, obrigada pessoas do bem. Adorei o relato a primeira parte rsrs
Para mim foi gratificante mais um desfio vencido obrigada por me proporcionar isso sozinha não estaria aí!!!!!!!! Relato dezzzzzz
Ainda penso em conhecer este lugar maravilhoso!
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