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Montanhas do Paraná e do Brasil

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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Travessia Reserva Lagamar - Por Vanderlei de Castro: Nono e ultimo Dia

"Meu amigo Vanderlei, fico muito honrado em saber que uns dos meus desejos e desafios de travessia que acredito não poderei concluir tão cedo, foi realizado por você, parabéns por essa grande conquista e superação. Você é um dos maiores montanhistas paranaense que conhece." 

Reginaldo Mendes

 


17/10/2024: Nono e último dia da travessia da reserva Lagamar.

 

Toda essa história incrível de superação e encontro, aconteceu antes, então se você está lendo agora esse post final da travessia Lagamar e queira começar desde o início click aqui

 

Sabe aquela sensação que se tem quando você gostaria que aquele momento não acabasse nunca, esta é minha vontade e sensação agora. Pois, ao acordar hoje pela manhã como de costume as 05:40 no Camping Caiçara de Superagui. Esquentei a água, preparei o chimarrão e fui para praia, e ali, sentado na areia vendo a movimentação dos barcos pesqueiros indo para mais um dia de trabalho e eu sentindo já uma nostalgia de tudo isso, pois são nove dias de travessia com lugares espetaculares, momentos inesquecíveis e pessoas extraordinárias. Mas bora lá, porque as 07:30 terei que pegar carona no barco que vai para Paranaguá, pois o mesmo me deixará nas proximidades do Fortaleza na Ilha do Mel.






Então, café tomado, lá vou eu organizar tudo meticulosamente para caber na mochila. Me despedi do pessoal e fui para o ponto de encontro, as 08:00 horas já estava caminhando na Ilha do Mel, o barco me deixou próximo da antiga torre da marinha que fica três km da Fortaleza. E aqui começou minha caminhada da última ilha, pois passarei pela Fortaleza, Farol e sairei na Gruta de Encantadas, onde será meu ponto final planejado por mim para completar minha Travessia.



Cheguei na Fortaleza as 08:30 estava vazia ainda, entrei, deixei minha cargueira sobre um banco interno do forte e subi até o mirante e onde tem os canhões, este lugar sempre traz sentimentos para mim de como foi todos esses anos que perduram tudo isso, quais eram os anseios dos que ali viviam e trabalhavam. Desci até o forte novamente e o responsável do museu já tinha chegado, me convidou para entrar e me ofereceu café e já foi perguntando o que estava fazendo, contei a ele e ficou abismado com tudo.








Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres de Paranaguá




Mas como tinha que seguir meu caminho, me despedi e lá fui eu em direção ao Farol, encontrei muitos turistas em grupos médios e grandes que estavam indo em direção a Fortaleza, passavam por mim, uns cumprimentavam outros olhavam com curiosidade, teve um casal de São Paulo que pediu para tirar uma foto comigo. Marquei toda a praia até chegar próximo do morro do Forte, subi as escadarias rápido, pois queria chegar lá e fazer um café e comer alguma coisa. Que espetáculo de lugar, sempre que venho no Forte gosto de estar aqui por um tempo deitado na sombra das poucas árvores e fico ali apreciando o forte, e o céu com seus movimentos.



Farol da Conchas - Ilha do Mel



Ao meio dia desci e continuei a caminhada, passei o estreito com maré já alta mas consegui chegar na praia do Miguel e então dali em diante já estava em casa. Subi o morro do Sabão, fiquei olhando o horizonte para as bandas da onde vim, fechei os olhos e procurei refazer todo o caminho percorrido por todos estes nove dias, nossa, não demorou para as lágrimas virem aos meus olhos, a emoção, a sensação de ter feito todo esse caminho, Deus, mochila e eu, vai fazer falta tudo isso. Deus muito obrigado. Se você estará, eu estarei sempre...

Morro da Cruz visto do morro do Sabão


Morro da Cruz

Desci o morro do Sabão e subi o morro da Cruz, aqui demorei um pouco mais agradeci ao meu Ser Superior, ao Criador, Deus. Pois toda essa criação divina e por ter este privilégio de conhecer um pouquinho de tudo, isso não tem preço, então é só agradecer.


E lá fui eu pela praia da solidão até a gruta de Encantadas. Combinando devagarinho para permanecer um pouquinhos mais nesta minha experiência, cheguei na gruta as 15:30 mais ou menos, tinha poucas pessoas por ali. Soltei minha mochila abri os braços, gritei alto, até meus pulmões arderem, chorei de alegria, certo que os poucos que estavam por ali não estavam entendendo nada, mas eu não estava nem aí, pois o que estava sentindo naquele momento eles jamais conseguiram entender, estava terminando a Travessia da Reserva Lagamar, na qual deu 286 km de caminhada sem contar as travessias de barco, passei por Iguape, continente pertencente a São Paulo, Ilha Comprida, Ilha de Cananéia, Ilha do Cardoso, Ilha do Bom Abrigo, Ilha de Superagui, ilha das Peças e Ilha do Mel. Passei por lugares históricos do nosso Brasil, passei por praias lindas, mas a praia de Camboriú foi a magnífica para mim, encontrei pessoas extraordinárias as quais muitas delas me ajudaram, porém quem me tocou meu coração pela sua pura simplicidade e seu sorriso verdadeiro foi seu João Pires, ah guri, voltarei passar uns dias com você na sua linda e humilde praia, para vivenciar seu cotidiano e aprender mais sobre viver com aquilo que tem sem esperar nada além disso, obrigado seu João, pois você me ensinou nos poucos minutos que estive com você na praia o qual somos ingratos por aquilo que temos .

Seu João Pires

Aqui termina minha jornada de 286 km de pura experiência vividas intensamente nesta Travessia da Reserva Lagamar.

Grato por tudo, por todos!

Quero aqui agradecer meus amigos que de certa forma me incentivaram esta loucura.

Minha irmã, Naná, que ficou com o coração na mão, preocupada como sempre.

A meu amigo Reginaldo Mendes, você é o cara, pois tudo isso surgiu de uma simples pergunta, um sonho seu e que acabei fazendo está travessia, obrigado amigo pelas dicas e por dar a oportunidade de estar relatando em seu blog.

Bia Linda, você não sei o que falar, por suas palavras, você é uma superamiga, obrigado por tudo.

Agradeço a todos vocês amigos e colegas de tirinhas, caminhadas e montanhas, fica aqui meu agradecimento que encontrei até agora nas andanças.







quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Travessia Reserva Lagamar - Por Vanderlei de Castro: Oitavo Dia

16/10/2024. Oitavo dia da travessia


O dia começou como de costume, acordando as 05:40 da manhã, esquentei água para o chimarrão e fui para praia curtir o amanhecer e tomar chimarrão. No retorno da praia o Anderson me convidou para tomar café da manhã e logo após já fui para Ilha das Peças, pois o Anderson me passou de barco, fica a 400 metros de Superagui. Então as 08:30 eu já estava caminhando na praia contínua da Ilha das Peças. E combinei com o Anderson que as 16 horas estaria ali novamente para o resgate, pois retornaria a Superagui. Lá fui eu, maré baixa, praias bonitas lugares bons para relaxar e curtir. Encontrei dois biólogos do projeto Tamar fazendo a ronda matinal para verificar animais marinhos com necessidades de ajuda, mas o que eles tinham encontrado, foi um Merlim morto e estavam fazendo a biópsia do mesmo para analisar as amostras e conhecer mais o mesmo. E lá fui eu no meu caminho, andei 16 km até a vila, conheço rapidamente a região e retornei pelo mesmo caminho, pois teria que percorrer os mesmos 16 km. Ao meio dia parei próximo de um riozinho para fazer um café e comer um lanche, nossa, uma vista deslumbrante daquela região sem nenhuma pessoa, só ouvindo o barulho do mar e as gaivotas gralhando e a ficha começou a cair para mim, pois estou a um dia de terminar a travessia da reserva Lagamar. Mas confesso que não desejo o término da travessia, pois está tão bom conhecer cada cantinho das ilhas, daqueles visuais deslumbrantes, o barulho constante das ondas, da areia sempre aos pés, isso vai dar saudades. Mas bora retornar a Superagui. 

















Cheguei ao ponto de encontro para o resgate as 15:45 horas, porém tive um pouco mais de dificuldade para o retorno, a maré subiu e em alguns pontos foi necessário andar com a água até a cintura, mas correu tudo bem. As 16:10 o Anderson já tinha vindo me resgatar. Chegando no camping já fui tomar um banho e logo a mãe do Anderson me convidou para o café da tarde, vida boa a minha, hehehe. Então, depois esquentei a água do chimarrão e fui para praia ver o espetáculo do pôr do sol em Superagui que é único, me deletei com o visual. Mais tarde a noite fomos para o bar Akdov, onde acontece os fandangos, normalmente no final de semana, já dancei muito no passado na areia mesmo ali no bar, mas hoje fomos tomar uma cerveja de “litrão” e conversando com o dono do bar consegui com ele folhas de cataia, pensa na felicidade do pia. E ainda ganhei um litro pronto de cachaça com cataia, adoro este lugar. Mas antes das 22 horas já estava na minha casa de milhões para descansar e se preparar para o último dia da travessia.






Tenho muito a agradecer por todos o que vivi, mas não queria que terminasse. Deus muito obrigado. Se você estará, eu estarei sempre...


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