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Montanhas do Paraná e do Brasil

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terça-feira, 19 de novembro de 2024

Travessia Reserva Lagamar - Por Vanderlei de Castro: Quinta Dia

 Domingo 13/10/2024, quinto dia


Acordei mais tarde hoje, as 06:40, pois iria pegar o barco para a Ilha do Cardoso somente as 10:00 horas da manhã. Ao acordar ouvi um barulhinho de pingos de chuva, “vixe”, se chover vai ser um dia daqueles, mas que nada foram só uns pingos. Então, levantei, tomei meu café e comecei a arrumar minhas coisas, pois estava ansioso para começar Ilha do Cardoso. As 09:00 horas mochila nas costas me despedi do seu Teodoro e fui para o deque de embarque. Ao chegar, fiquei apreciando a movimentação de pessoas e barcos até dar meu horário de partir e finalmente 10:00 horas, já me chamaram para embarcar (paguei 40 reais o barco, mas o normal e 50 reais por pessoa). E lá fui eu em direção à Ilha, passamos próximo da praia dos Golfinhos que faz parte da Ilha Comprida e eles estavam lá, os golfinhos se exibindo na sua caça diária atrás do seu alimento, incríveis estes animais. 











Em 30 minutos chegamos na praia do Pereirinha, desembarcamos na desembocadura do rio Itacuruçá, pois a maré estava alta e não podemos desembarcar na praia. Desembarcamos e já vieram ao nosso encontro os monitores do parque, explicaram sobre a reserva e os lugares de passeio e deixaram a cada um decidir o que fazer, eu já fui logo para o cadastramento para visitar o museu e mirante que ali existe (30 reais para visitar). Umas duas horas de visita entre o museu e mirante. Quem nos acompanhou foi a Letícia, uma jovem caiçara muito profissional e com uma elegância passava os sentimentos e as histórias do passado da ilha e sua família, recomendo pegar ela como condutora. Mas aqui tive um probleminha, não pude marcar o costão existente para sair na praia de Camboriú, pois é uma área intangível e proibida até segunda ordem, então fui a procura de um barco, seu Wagner dono do restaurante Itacuruçá entrou em contato com o Lucas que mora em Camboriú e que viria me buscar, porém estava cobrando 300 reais , quase morri, mas consegui chegar em 200 reais e as 15 horas veio me buscar, mas antes me servi de um prato tradicional a base de peixe no restaurante para variar meu cardápio a base de farinhas, hehehe. 









Letícia monitora ambiental




Estava eu conversando com seu Daniel Fernandes, um caiçara de idade avançada, que estava sentado na frente de sua casa, que prosa com aquele senhor, me contou altas histórias dos seus antepassados e também explicou que na comunidade Pereirinha fica o museu e na comunidade Itacuruçá fica a praia e o restaurante, para os turistas é tudo Pereirinha, mas para eles, caiçaras, são comunidades distintas. Mas logo vieram me chamar, pois Lucas tinha chegado e lá fomos nós em direção à praia de Camboriú, na metade do caminho estávamos passando em frente a Ilha do Bom Abrigo e o Lucas do nada perguntou se eu queria conhecer, aceitei na hora, nossa que presente. Chegamos naquela pequena enseada com o barco, que luxo de lugar, mas não perdi tempo subi até o farol tirei umas fotos e desci correndo, pois estava tarde. Embarcamos novamente e fomos embora, ao chegar na praia de Camboriú, o avô do Lucas já estava aguardando para ir revistar as redes armadas, eu desembarquei e fui direto para a pequena pousada que ele construiu, deixei minha mochila no canto e já fui esquentar uma água para o chimarrão e corri para praia ver o entardecer e alimentar os borrachudos, hehehe.


seu Daniel Fernandes


Ilha do Bom Abrigo








Que espetáculo aquela praia oval, simples e encantadora, não tenho palavras para descreve-la, me apaixonei por aquela praia. O sol estava se pondo e eles estavam voltando da vistoria das redes, pegaram três grandes peixes de uma média de 10 kg cada, estavam felizes. Então conversei um pouco com eles enquanto tomava meu chimarrão e logo escureceu, eles se retiraram e eu permaneci na praia, pois queria aproveitar e ver a lua que estava quase cheia e espalhava luz sobre a praia e os costões rochosos, fiquei ali deitado sobre uma rocha por mais ou menos uma hora apreciando tudo aquilo, espetáculo único daquele lugar! A vontade era de dormir ali, me retirei para a casa, então armei a primeira parte da minha barraca sobre uma cama de casal existente no quarto, a barraca serviu de mosquiteiro, pois tinha pernilongos à beça. Dormi como um anjo, a dias sem dormir numa cama. E lá foi o quinto dia com muitas aventuras. Deus muito obrigado!




Se você estará, eu estarei sempre...



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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Travessia Reserva Lagamar - Por Vanderlei de Castro: Quarto Dia

 Quarto dia 12/10/2024:


 

A noite foi um sucesso, dormi como uma pedra sem me mover. Acordei só com o despertador tocando. Então já me coloquei a esquentar a água do chimarrão e me bandei para a praia ver o nascer do sol que foi um espetáculo, nossa, não tem palavras para descrever a beleza daquele nascer do sol, ele nascendo no horizonte sobre o mar, como se estivesse saindo da água, surreal. Depois do espetáculo do sol fui para minha casa de milhões, tomei meu café matinal e organizei as coisas para seguir caminho para Ilha de Cananéia. As 08:40 já estava a caminho da balsa que faz a Travessia entre as duas ilhas, pedestre não paga a passagem, somente veículo. Cheguei na balsa me acomodei e já me veio o sorriso nos lábios, mais uma ilha a conhecer e tinha chão pela frente. Nossa que visual que se tem da balsa em movimento, muitas voadeiras, barcos pequenos se movimentando, pois sendo feriado, muitos turistas. Ver Cananéia do mar é lindo, a marina, os casarões coloridos margeando, um espetáculo à parte, pois Cananéia é reconhecida por seu imenso valor natural, histórico e cultural, o que faz dela um destino singular. Cananéia guarda resquícios da história do Brasil colonial, em suas ruas e conjuntos de casarões históricos tombados que preservam a memória do primeiro Povoado do Brasil, data de fundação 12 de Agosto de 1.531 por Martim Afonso de Sousa. 











Chegando em Cananéia fui procurar o Camping do seu Teodoro, localizado fora do centrinho, lugar muito arborizado, uma maravilha de lugar e só para mim. Armei a barraca guardei minhas coisas e já fui pra rua procurar conhecer Cananéia e sua história. Fui na praça Martim Afonso de Souza, igreja de São João Batista, construída a base de conchas e óleo de baleia que além de igreja no passado servia de abrigo seguro contra invasões. Conheci o museu histórico, onde tem um tubarão branco taxidermizado, com 5,5 metros de comprimento o segundo maior da espécie já capturado por um ser humano e o primeiro em exposição no mundo. Enfim, Cananéia teria que permanecer uns 3 dias para conhecer cada cantinho e seus encantos. Quase no final da tarde fui para o píer, pois ali se concentra muitos bares, aproveitei para comer um hambúrguer artesanal acompanhado de uma cerveja, pois nos próximos dias seria somente minhas especiarias de alimentação. 








Igreja de São João Batista



Centro Histórico



Encontrei uma família muito específica, com uma história de vida fantástica de uma personalidade inigualável, quem sabe um dia consigo contar a história deles, mas vamos em frente, retornei ao camping tomei um bom banho, coloquei meu traje a rigor, procurando ser menos discreto possível com minhas roupas coloridas de trilha e “bora” Fandango. Chegando no endereço indicado, estava já lotado o local, pois tinha gente de Pontal do Sul, Superagui, das ilhas caiçaras mais próximas e o grupo de Iguape, onde seu Nelson ao me ver entrando no salão já foi ao meu encontro me abraçou e falou: " você veio Vanderlei, conseguiu atravessar ilha Comprida". Nossa que alegria de rever ele, até parece que éramos amigos a tempos, já foi me apresentando para o pessoal dele, onde todos cumprimentaram e em seguida eles foram chamados para fazer a abertura do Fandango e ali começou o entrevero da dança, dança Fandango é único mesmo, um gingado meio chucro, mas com uma amônia e delicadeza que bem dançado é lindo de se ver. 



Esperei a primeira música e fui observando no salão as prendas solteiras para convidar para dançar, mas notei muitas, mas muitas senhoras, ali paradas em torno da pista apreciando a dança, mas ao mesmo tempo se balançando no ritmo da música, kkkkk, acendeu uma luz de alerta na minha cabeça, está aí minhas parceiras de dança, já me aproximei de uma senhorinha que logo já foi para pista, nem precisei convidar e lá fui eu dançar...., gente vocês não tem noção de como dancei, me diverti, aquelas senhorinhas são todas caiçaras das antigas e dançam muito, mas ninguém tiram elas para dançar e eu achei a mina, no final elas me tiravam para dançar, kkkk. Foi uma experiência muito show, eu estava explodindo de alegria e muito grato por tudo. Mas as 23:40 resolvi me retirar, pois no outro dia minha jornada de travessia continuava e eu tinha que descansar. Sai de lá alegre, leve e no mesmo tempo relutante, pois queria ficar mais. Me despedi do seu Nelson e fui para minha casa de milhões repousar. Deus muito obrigado. Se você estará, eu estarei sempre...

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